ATA DA OCTOGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-9-2007.
Aos vinte e quatro dias do
mês de setembro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Meneghetti, Neuza Canabarro e Sebastião Melo. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Sofia Cavedon. À MESA, foram
encaminhados: pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana, o Pedido de Informação nº 164/07 (Processo nº 7260/07) e os Pedidos de
Providência nos 4037 e 4038/07; pelo Vereador Carlos Comassetto, o
Pedido de Providência nº 4031/07; pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 022/07 (Processo nº 5362/07) e o Pedido de
Informação nº 165/07 (Processo nº 7263/07); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 199/07 (Processo nº 6784/07); pelo Vereador
João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 196 e
201/07 (Processos nos 6737 e 6798/07, respectivamente) e os Pedidos
de Providência nos 4020 a 4030, 4032 a 4036/07; pela Vereadora Maria
Luiza, a Indicação nº 136/07 (Processo nº 7301/07). Também, foram apregoados os
Memorandos nos 312 e 313/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua
Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Maristela
Maffei, hoje, em reunião dos Deputados Federais do Rio Grande do Sul com o
Senhor Orlando Silva Junior, Ministro do Esporte, às quatorze horas, no Solar
dos Câmara, em Porto Alegre; do Vereador Professor Garcia, hoje, na Sessão
Solene destinada a assinalar o transcurso do Dia do Profissional de Educação
Física, às dez horas, na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 396, 505, 518 e 691/07, do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as
Atas da Sexagésima Oitava, Sexagésima Nona e Septuagésima Sessões Ordinárias e
da Vigésima Primeira Sessão Solene. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo Sérgio Mendes Filho, Diretor do
Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e
Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul – SEMAPI –, que
discorreu acerca da demissão, pelo Governo Estadual, de funcionários da
Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão
Rural – EMATER/RS. Sobre o tema, salientou a relevância da valorização dessa
Associação para o desenvolvimento do setor agrário no Estado. Em continuidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Carlos Todeschini, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Sebastião Melo e João Antonio Dib manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na oportunidade, a Senhora
Presidenta registrou a presença, neste Plenário, da Senhora Ângela Baldino,
Secretária do Escritório Municipal de Turismo, convidando Sua Senhoria a
integrar a Mesa dos trabalhos. Às quatorze horas e trinta e dois minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal, formulado
pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão, sendo iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
assinalar o transcurso do trigésimo sétimo aniversário da Sociedade Comunitária
Heróphilo de Azambuja – SCHA –, nos termos do Requerimento nº 071/07 (Processo
nº 3637/07), de autoria do Vereador Sebastião Melo. Compuseram a Mesa: a
Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a
Senhora Ângela Baldino, Secretária do Escritório Municipal de Turismo; o Senhor
Carlos Borck da Silva, Presidente da Sociedade Comunitária Heróphilo de
Azambuja; o Major Hugo Amaral, representando o Comando Militar do Sul. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Sebastião Melo homenageou os trinta e sete anos da
Sociedade Comunitária Heróphilo de Azambuja, destacando o engajamento dessa
entidade na busca de melhorias para a população da Zona Leste de Porto Alegre.
Nesse sentido, enaltecendo programas educacionais desenvolvidos pela SCHA junto
a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, frisou a
relevância das entidades não governamentais brasileiras na área de assistência
social. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste
Plenário, do Coronel Marcelo Cantagalo dos Santos, Assessor Parlamentar do
Comando Militar do Sul; da Senhora Alice Bitencourt, Conselheira do Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente; do Senhor Joaquim Proença,
Conselheiro do Programa de Orçamento Participativo; e de integrantes do Clube
de Mães Judith Meneghetti. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz elogiou o
trabalho desenvolvido há trinta e sete anos pela Sociedade Comunitária
Heróphilo de Azambuja, recordando dificuldades enfrentadas por essa entidade
durante seus primeiros anos, em função de recorrentes furtos a sua sede.
Também, ressaltou que os projetos realizados em parceria entre o Poder Público
e a SCHA proporcionam melhorias às comunidades assistidas por essa Organização
Não Governamental. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor
Carlos Borck da Silva, que, em nome da Sociedade Comunitária Heróphilo de
Azambuja, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e três minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nilo Santos
aprovou o desempenho da Secretaria Municipal de Obras e Viação e da Fundação de
Assistência Social e Cidadania, argumentando que, quando o Governo Municipal
atual assumiu, havia na Prefeitura problemas financeiros e máquinas paradas por
defeito. Além disso, asseverou que informações relevantes às atividades da FASC
foram apagadas de seus computadores, o que, segundo Sua Excelência,
inviabilizou a plena execução das funções dessa Fundação. A Vereadora Sofia
Cavedon reportou-se à falta de monitores para atendimento às crianças de
zero a seis anos das escolas municipais, lembrando que em dois mil e cinco
encerrou o prazo do último concurso público para esse cargo. Ainda, criticou o
Governo Estadual, no que se refere ao remanejamento de professores dos Núcleos
de Educação de Jovens e Adultos – NEJA –, afirmando que os alunos desses
Núcleos têm sido prejudicados pela conduta adotada pela Secretaria de Estado da
Educação no tocante ao assunto. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio
Dib debateu a necessidade de cumprimento dos prazos para votação de Projetos
encaminhados pelo Executivo Municipal a esta Casa, lembrando que restam apenas
noventa e oito dias até o final do corrente ano. Também, pronunciou-se sobre a
alteração na Lei Orgânica, que permite ao Procurador-Geral do Município assumir
a Prefeitura, e comentou a situação de emergência em cidades do Rio Grande do
Sul, devido às fortes chuvas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 009/07,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 010/07, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei do Legislativo nº
128/07, discutido pelos Vereadores José Ismael Heinen e João Antonio Dib e pela
Vereadora Margarete Moraes; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 008/07, discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Margarete
Moraes e Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei do Legislativo nº 179/07,
discutido pela Vereadora Margarete Moraes; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 150/06, 104, 163, 182, 184 e 185/07. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen protestou
contra a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto que prorroga até o
ano de dois mil e onze a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação
ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira –
CPMF. Ainda, criticou
posicionamentos do Governo Federal sobre o assunto, analisando os reflexos
dessa tributação sobre a economia dos Estados brasileiros. O Vereador Elói
Guimarães reportou-se ao
pronunciamento de hoje do Vereador José Ismael Heinen, em Comunicação de Líder,
acerca da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores
e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira. Quanto ao tema, declarou considerar inviável a extinção desse
tributo na conjuntura econômica atual, defendendo,
contudo, regramento e fiscalização para que esses recursos sejam destinados
exclusivamente à área da saúde pública. Na oportunidade, o Vereador João
Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando informações quanto ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 009/07, tendo a Senhora Presidenta informado
que faltam anexos relativos a esse Projeto, os quais já estão sendo encaminhados
a esta Casa pelo Governo Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Margarete Moraes discorreu a respeito da saúde pública em Porto Alegre,
discutindo questões envolvendo dívidas do Governo Estadual para a Secretaria Municipal
da Saúde e os dificuldades que essa falta de recursos gera para a população
mais carente da Cidade. Ainda, abordou alagamento causado nas margens do Arroio
Feijó, em virtude da falta de limpeza desse curso d’água e elogiou o Governo
Federal por medidas desenvolvidas em prol do Brasil. O Vereador Claudio
Sebenelo replicou afirmações feitas pela Vereadora Margarete Moraes em relação
à gestão do Partido dos Trabalhadores no Executivo Federal, mencionando
problemas no País, decorrentes, segundo Sua Excelência, de decisões erradas
dessa gestão. Também, contestou a destinação dos recursos arrecadados pela
CPMF, defendendo a prorrogação desse tributo, desde que aplicado exclusivamente
na área da saúde. O Vereador Dr. Raul abordou
a liberação, pelo Governo Federal, de verbas para o Sistema Único de
Saúde – SUS –, traçando comparativo
entre o montante desses recursos e o total arrecadado no País com a
Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de
Créditos e Direitos de Natureza Financeira. Além disso, avaliou a participação deste Legislativo no processo
de substituição da empresa coordenadora do Programa de Saúde da Família em
Porto Alegre. Após, por solicitação dos Vereadores Claudio Sebenelo e Dr.
Goulart, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma,
respectivamente, ao ex-Jogador de Futebol Nilton Coelho da Costa, conhecido
como “Bodinho”, falecido no dia vinte e dois de setembro do corrente, e à
Senhora Valdirene Rodrigues da Costa, falecida no dia vinte e um de setembro do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib citou verbas para aplicação em saúde,
devidas pelo Governo Estadual ao Município, lembrando dívidas já existentes
nessa área quando das gestões dos ex-Governadores Olívio Dutra e Germano
Rigotto. Também, referiu-se à
apreciação, pelo Congresso Nacional, da proposta que prorroga a vigência da
Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de
Créditos e Direitos de Natureza Financeira. O Vereador Ervino Besson parabenizou os organizadores do I
Fórum da Igreja Católica no Rio Grande do Sul, encerrado ontem, relatando temas abordados nesse
evento, em especial questões atinentes às religiões e culturas afro-brasileiras
e indígenas e ao papel da mulher e do idoso na sociedade atual. Finalizando, ressaltou a importância
da participação de todos nas eleições programadas para o dia trinta deste mês,
para escolha dos novos Conselheiros Tutelares de Porto Alegre. A seguir, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Às dezesseis horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinqüenta e
três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora
Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante
na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa Diretora com o
Colégio de Líderes. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os
Requerimentos nos 114, 115 e
116/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº
063/07. Em Discussão Geral e Votação, esteve
o Projeto de Lei do Executivo nº 015/07, o qual, após ser discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, José Ismael
Heinen e Claudio Sebenelo, teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão. Às dezessete horas e vinte e
três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezessete horas e trinta e um minutos, constatada a existência de quórum. Às
dezessete horas e trinta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela
Meneghetti e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores
Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos
à
O
Sr. Paulo Sérgio Mendes Filho, representando o Sindicato dos Empregados em
Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações
Estaduais do Rio Grande do Sul - Semapi -, está com a palavra, pelo tempo
regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à ASCAR/Emater.
O
SR. PAULO SÉRGIO MENDES FILHO: Boa-tarde
a todas e todos aqui presentes. Gostaríamos de, no primeiro momento, agradecer
a oportunidade de estarmos aqui na Tribuna, que nós entendemos ser um espaço
importante, oportuno, um espaço da sociedade, um espaço da democracia.
Gostaríamos de fazer esse agradecimento em nome de todos os trabalhadores do
Semapi, os que estão na Emater, mas que também são trabalhadores de outras fundações
do Estado do Rio Grande do Sul. Na verdade, nós representamos todas as
fundações que têm trabalho junto à sociedade aqui no Estado.
Por
que estamos aqui? Estamos aqui porque ocorreu - é de conhecimento, com certeza,
dos Srs. Vereadores e da sociedade - um verdadeiro desmonte da Extensão Rural,
com demissão de quase 400 trabalhadores; trabalhadores que têm feito falta à
Extensão Rural, trabalhadores que têm um trabalho dedicado à agricultura
familiar, um trabalho dedicado à produção de alimentos. Esses trabalhadores
foram simplesmente mandados embora da ASCAR/Emater pela Direção da Empresa e
pelo Governo do Estado. E nós estamos aqui exatamente para fazer essa denúncia.
Quando
nós estivemos aqui, nesta mesma tribuna, nesta mesma Câmara, sendo homenageados
pelos 50 anos de história da Emater, foi-nos demonstrada a importância da
Extensão Rural para o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul; há dois
anos. São 52 anos de história junto com os agricultores; a gente não consegue
imaginar o extensionista trabalhando por sua conta. Na verdade, a extensão,
como o próprio nome diz, é uma extensão dos próprios trabalhadores rurais, dos
próprios agricultores, e de suas famílias. Com essas demissões, verificamos uma
crueza enorme sob o ponto de vista do ato em si. Foram simplesmente convidados
a sair da empresa, mandados para a rua mais de 400 trabalhadores em plena
atividade, trabalhadores que tiveram suas famílias destruídas, trabalhadores
que estão sofrendo. Até agora, a gente recebe telefonemas desses trabalhadores
que estão com a sua família destruída, neste momento, e nos sentimos, de certa
forma, impotentes para fazer a reversão desse quadro. Tentamos, foram dois
meses de trabalho intenso junto ao Governo do Estado, e nem sequer a
Governadora nos recebeu para a gente poder conversar a respeito disso.
Então,
há total desrespeito à Extensão Rural, à agricultura familiar, e nos sentimos
impotentes perante essa situação, impotentes para conseguir reverter esse
quadro. Em todos os espaços que nos oportunizarem, estaremos exatamente pedindo
apoio para que consigamos fazer com que isso não ocorra e não aumente o
prejuízo na Extensão Rural. Para a grande maioria das pessoas que foram embora,
esse era o primeiro emprego de suas vidas. Elas não tinham outro emprego. Elas
tinham uma expectativa de que iriam se aposentar e terminar sua vida dentro da
Emater, e essa expectativa foi quebrada, essa expectativa foi que fez com que
esses trabalhadores hoje estivessem na situação em que estão.
Nós também estamos preocupados com o que está
acontecendo, hoje, exatamente neste momento: todo o Conselho Técnico de
Administração da ASCAR/Emater está reunido na Rua Botafogo, para a assinatura
de um novo termo de convênio entre a ASCAR, o Governo do Estado e a Secretaria
Estadual da Agricultura. Pois bem, esse novo termo de convênio veio com um
corte enorme de recursos, que, no seu plano de trabalho, mantém a quantidade de
trabalho que nós temos a responsabilidade de executar, porém, ele não garante
os recursos necessários para executar esse trabalho: são 84 milhões para
atender 256 mil famílias de agricultores. E nós vemos isso com preocupação,
porque nesse novo termo de convênio está apenas a indicação de atendimento a
160 mil famílias. Perguntamos: quem é que vai atender, quem é que vai fazer
Extensão Rural para essas outras famílias que não estão contempladas nesse
convênio atualmente?
Nós entendemos que este é um momento de crise pelo
qual a agricultura e o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul estão
passando, agora, com esse ataque frontal à Extensão Rural e à agricultura
familiar.
Os recursos para a Extensão Rural têm sido
historicamente defendidos por todos os Partidos políticos que estiveram no
Governo do Estado, na ordem de nove milhões de reais, e este Governo está
comprometido a assinar apenas um convênio de sete milhões de reais. Então, ele
está-se comprometendo a
atender menos, a fazer menos Extensão Rural, gerando mais pobreza e mais crise
no Estado do Rio Grande do Sul. Esse é o compromisso do Governo do Estado no
nosso ponto de vista.
É
nos dito que nós temos que nos superar e fazer mais. E nós temos dito - na
matemática já é assim e na vida também vai-nos demonstrar que é assim - que
fazer mais com menos recurso é fazer menos. E nós não vamos ter condições de
fazer o que nós fazíamos antes, porque não vai haver recurso, não vai haver
condições para que a gente possa fazer, com qualidade, o trabalho de Extensão
Rural em todos os Municípios gaúchos.
Com
isso, queremos apontar para o futuro, queremos ter aqui exatamente com V.
Exas., um compromisso de defender a Extensão Rural, um compromisso de fazer com
que a Extensão Rural não acabe, não termine no Governo Yeda. É uma história de
52 anos e nós não queremos que, neste Governo, seja terminado. Nesse sentido,
já terminando, gostaríamos de ter o compromisso de V. Exas, que seria: estancar
o processo de demissão; que não ocorra mais nenhum tipo de demissão na Emater
que não seja por gestão. Nós queremos esse compromisso; que a gente consiga
levar isso juntos. Nós já estamos fazendo isso com o Governo do Estado, para
que seja estancado o processo de demissão neste momento.
Também
queremos fazer com que imediatamente seja aberto um novo processo de seleção
externa, para que possa ser reconstituído o quadro de Extensão Rural. E, para
isso, nós estamos querendo também o apoio para que a gente consiga, na
Assembléia Legislativa, quando estiver sendo votado o Orçamento para a área da
Agricultura, da verba de 84 milhões de reais, fazer com que esse recurso
aumente.
Dessa
forma, nós entendemos que, estancando as demissões, abrindo seleção interna e
ocorrendo aumento de verba orçamentária, vamos conseguir, quem sabe, recuperar
de novo a Extensão Rural, e, com isso, conseguir fazer o que nós estamos
fazendo há 52 anos - que a história nos mostra -, que é exatamente o que nós
sabemos fazer: o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, a agricultura,
a assistência à agricultura, a Extensão Rural e o alimento com qualidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Sr. Paulo Sérgio, convido-o para sentar e compor a Mesa dos trabalhos.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Cumprimento
a Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; o Sr. Paulo Sérgio Mendes
Filho, Diretor e também colega da Emater; bem como os senhores Carlos Otávio Mattos
e o Sr. Guebarte, membros da Emater; a Srª Iara, que é do Semapi; os colegas
Vereadores e Vereadoras. Quero falar da preocupação que esse assunto tem gerado
para o conjunto da comunidade rio-grandense. A Emater é uma empresa que, em
2005, recebeu uma homenagem e, de cinco em cinco anos, em Lei, a Emater é
lembrada por esta Casa, em homenagem, porque o trabalho feito é de relevância,
de destaque, imprescindível e insubstituível. São 250 mil famílias atendidas no
Estado - como muito bem falou o representante do Semapi - a um custo médio de
40 reais por família ao ano. Portanto, um valor irrisório se comparado aos
benefícios e às contribuições trazidas por essa importante empresa para a
comunidade gaúcha. O que está em jogo, na verdade, é a continuidade ou não de
um serviço público da mais alta qualidade, que é representado e que é executado
por pessoas, pelos profissionais. E, para a grande maioria desses
profissionais, este é o primeiro e único emprego deles, e são surpreendidos,
apesar de terem recebido carta, durante a campanha, da Srª Governadora - que,
pelo jeito, continua não conhecendo o Rio Grande -, dizendo que ninguém seria
perseguido e que ninguém seria demitido. Pois bem, vemos aí, agora, a demissão
de aproximadamente 400 pessoas.
Para
concluir, manifesto que é preciso, imediatamente, que se encontrem formas de
recuperar o quadro profissional e não permitir que haja prejuízos aos serviços
de Extensão Rural do Rio Grande do Sul, justamente agora que estamos na era e
num período de fortalecimento e ascensão da agricultura no Rio Grande do Sul,
em que 40% do PIB é proveniente da agricultura e dos agronegócios.
Portanto,
não tem razão a Governadora na medida em que propõe o desmonte dessa
importante, cara, fundamental e imprescindível Entidade.
Nesse
sentido, nós, como Bancada do Partido dos Trabalhadores - com a permissão da
nossa Liderança, Verª Margarete Moraes, Ver. Adeli Sell, Sofia, Oliboni e Ver.
Guilherme -, manifestamos todo o apoio às iniciativas que venham na direção de
recuperar a Emater como uma empresa que presta o mais alto e relevante serviço
para o desenvolvimento econômico, social e cultural ao Rio Grande do Sul, pois
é uma entidade imprescindível e já demonstrou isso nos seus 52 anos de
história.
A
luta continua, e contem com o nosso apoio! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em nome do Democratas, cumprimento o Sr. Paulo
Sérgio Mendes Filho, Diretor do Semapi, dizendo que fico altamente constrangido
em ouvir falar de crise na ASCAR/Emater.
Sou
originário de uma região de pequena agricultura, vi nascer a ASCAR, a
assistência da ASCAR/Emater.
Num
estado como o nosso, essencialmente agrícola, onde o agricultor precisa agregar
valores para a sua própria sobrevivência, não podíamos ter essa crise.
É
através da Emater, através de empresas como essa, que podemos buscar e resgatar
os verdadeiros valores do povo gaúcho.
Não
é o caso de o funcionário chegar à velhice, porque além da sua competência,
além do seu estudo, da técnica, também o tempo faz com que ele se torne um
funcionário cada vez melhor.
Então,
contem com o nosso apoio; já ouvi pronunciamentos do nosso Partido na
Assembléia Legislativa sobre essa questão, e temos de buscar um denominador
comum que venha a fortalecer os funcionários nessa área pelo bem dos pequenos
agricultores do Rio Grande do Sul.
Que
essa luta seja vitoriosa, nobre amigo, e pode contar com a gente. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, queremos cumprimentar o Sr. Paulo Sérgio Filho,
Diretor do Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias,
informações e Pesquisas, o Semapi, cumprimentá-lo pela sua luta, porque, afinal
de contas, o senhor está no seu papel de defender todos aqueles que são
filiados ao Sindicato, mas nós queremos, aqui, dizer que tudo isso que está
acontecendo é fruto das más Administrações do passado, dos roubos que o nosso
Estado sofreu, e, também, de algumas pessoas públicas vinculadas às
Administrações do passado. Chegamos, realmente, numa situação muito ruim e que
teve que ser administrada pela atual Governadora. Lamentamos que as coisas
tenham acontecido assim e arrebentado do lado daqueles que talvez tivessem que
ser protegidos, mas isso aconteceu, e nós não podemos, simplesmente, colocar o
olhar só sobre a Administração presente, sobre o que está acontecendo, agora,
no momento. Temos que ver que isso já vem, realmente, no decorrer dos tempos. E
se tem que ser corrigido - e é claro que tem que ser corrigido -, é claro que
aqueles do passado também não podem ser esquecidos pelo mal que fizeram ao
setor.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero
registrar a presença da nossa Secretária Municipal do Escritório de Turismo de
Porto Alegre, Srª Angela Baldino; seja muito bem-vinda a esta Casa. Se desejar
compor a Mesa conosco, fique à vontade.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Prezada
Presidenta, Verª Maria Celeste; a nossa saudação ao Sr. Paulo Sérgio Mendes,
Diretor do Semapi; em nome da nossa Bancada, composta pelo nosso Líder, Ver.
Bernardino, e pelos Vereadores Haroldo de Souza e Dr. Raul, nós queremos nos
somar a esta justíssima luta que o senhor traz a esta Tribuna Popular. O Brasil
dos anos 60, era um Brasil rural. O Brasil de 2007 é um Brasil muito urbano, e
as razões de as pessoas saírem lá do Interior foram várias, mas,
fundamentalmente, a falta da orientação aos pequenos agricultores. E a Emater é
o exemplo mais concreto, porque levava esse serviço para centenas e milhares de
pessoas que dependem de orientação, não só para o seu sustento, mas para fazer
com que as suas famílias, com que os seus filhos possam chegar ao colégio, ou
amanhã, até à universidade. Então, nós reconhecemos a enorme dificuldade que o
Rio Grande do Sul vive, fruto de desgovernos ao longo desses 30 anos, não dá
para se dizer se neste ou naquele ano, mas houve um acúmulo de desgovernos que
levou a essa situação em que está o Rio Grande do Sul, mas nós achamos que numa
área como a Emater, o Governo, com todas as dificuldades que possui, mesmo assim deve ter
uma potencialidade, porque traduz concretamente a qualidade de vida e, mais do
que isso, o sustento para as famílias. Portanto, receba, não apenas a
manifestação, mas a certeza de que seremos parceiros, sim, com a nossa Bancada,
lá.
Lembro-me, tanto no Governo de Pedro Simon, quando
tinha vinculação nacional e quando a verba nacional acabou deixando de vir, que
a Emater, pelas suas próprias pernas, sustentou-se.
Nós, do PMDB, temos uma visão de que a nossa Emater
é muito importante para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, Estado que já
foi celeiro da Nação na produção e que vem perdendo terreno. O que nos tem
restado, no nosso Rio Grande do Sul, é só o frio, porque o resto tem de tudo.
Portanto, os nossos cumprimentos, o nosso abraço e a nossa solidariedade.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Senhoras Vereadoras, Senhores Vereadores, meu
caro Paulo Sérgio Mendes Filho, Diretor do Semapi, na realidade, sabemos que a
Emater prestou, e presta, extraordinários serviços ao Rio Grande. Sabemos
também que o Rio Grande enfrenta dificuldades, mas qualquer alteração nos
quadros da Emater, no entendimento deste Vereador, deve ser precedida de
estudos muito cautelosos e absolutamente criteriosos, porque não se reconstitui
um quadro, como hoje tem a Emater, de uma hora para outra. Tenha a nossa
solidariedade; desejamos que se encontre rapidamente uma solução efetiva para
um problema que afeta todo o Rio Grande. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver.
João Antonio Dib. Não havendo mais nenhuma Bancada inscrita para manifestações,
agradecemos a presença do Sr. Paulo Sérgio Mendes Filho, Diretor do Semapi, que
esteve conosco na Tribuna Popular de hoje trazendo as dificuldades e os problemas
enfrentados pelo Sindicato. Muito obrigada pela sua presença, muito bem-vindo à
Casa.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h32min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Defiro,
de plano. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, propondo
a alteração da ordem dos trabalhos, para, neste momento, entrarmos no período
de Comunicações. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Portanto, neste momento, passamos às
COMUNICAÇÕES
Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso dos 37 anos da Sociedade Comunitária Heróphilo de Azambuja, nos termos de Requerimento nº 071/07, de autoria do Ver. Sebastião Melo.
Convidamos
para compor a Mesa: o Sr. Carlos Borck da Silva, Presidente da Sociedade
Comunitária Heróphilo de Azambuja; a Srª Ângela Baldino, Secretária de Turismo;
o Major Hugo Amaral, representante do Comando Militar do Sul.
O
Ver. Sebastião Melo, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Exma Presidenta da nossa Casa, Verª Maria
Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Quero saudar, muito carinhosamente, o Sr. Carlos da Silva, meu amigo,
companheiro de lutas, e, ao saudá-lo, quero saudar toda a Diretoria e os
amigos, se me permitem: a Dona Alice Bitencourt, os Amigos de Lucas; a Kelen,
que é educadora; o Joaquim Proença, esse grande e extraordinário educador; a
Dona Ely; a Dona Edith; a Lúcia Helena e todos os demais que nos visitam nesta
tarde.
Quero dizer que a nossa
Secretária de Turismo estava maravilhosa, no lombo daquele tordilho, desfilando
no 20 de Setembro. Eu acho que isso faz bem: uma Secretária de Turismo estar lá
na avenida, no momento em que se comemora essa data extraordinária no Rio
Grande do Sul, que é o 20 de Setembro.
Srª
Presidenta, eu propus esta homenagem, porque fui instado a fazê-lo. Entre várias
reuniões que tivemos na comunidade, essa mesma comunidade me fez um pedido:
“Olha, Vereador, sabemos que a Câmara presta homenagens, e gostaríamos que o
senhor propusesse à Câmara de Vereadores uma homenagem aos 37 anos dessa
entidade não-governamental, de extraordinário serviço prestado na Zona Leste da
Cidade”. Então, a razão do Requerimento foi o pedido formulado pela comunidade,
e eu quero agradecer à Câmara por ter aceito esse Requerimento.
Quero,
também, saudar o Ivo Fortes dos Santos, Diretor da FRACAB, que lembrava que,
neste ano, a entidade fez 48 anos. Portanto, o nosso abraço ao senhor, ao Paulo
Berte e aos demais membros da entidade, que tantos serviços tem prestado às
causas sociais do Rio Grande do Sul.
Mas,
me permita, Srª Presidenta, dizer que a Sociedade Comunitária Heróphilo de
Azambuja é uma Organização Não-Governamental, sem fins lucrativos, que se
dedica a amparar crianças, adolescentes e famílias em situação social
vulnerável. Entre tantos projetos que realiza, quero destacar que atualmente
ela atende 41 crianças de zero a seis anos, em turno integral, através da
instituição de Educação Infantil Pequeno Príncipe, além de realizar o
atendimento a 60 crianças e adolescentes de sete a 14 anos, com a realização de
oficinas de esporte, lazer, cultura, música, teatro e recreação, desempenhando
um papel fundamental junto àquela comunidade.
O
Estado brasileiro, Ângela, especialmente na área social, não tem dado bons
exemplos. Já quanto às entidades não-governamentais, eu vou pegar como exemplo
as creches de Porto Alegre - nós temos, hoje, quase 140 convênios, Verª Sofia
Cavedon - onde as pessoas trabalham diuturnamente nas vilas populares, sem
nenhum fim lucrativo. São voluntários que se deslocam, que pagam suas próprias
passagens para se dedicar a essa causa desafiadora que é o próximo. O mundo
vive grandes crises, mas tem uma que talvez seja maior que todas as outras, que
é a falta de solidariedade humana, e a vida, sem solidariedade, sem parceria, sem doação,
não tem razão de ser. O mundo, a Pátria jamais será justa enquanto houver
tamanha disparidade entre poucos que ganham tanto e a maioria que não tem quase
nada.
Além de tudo o que falei, também quero resgatar que
estamos, aqui, de forma coletiva, não somente este Vereador, mas o Ver. Comassetto,
o Ver. Márcio Bins Ely e outros Vereadores, numa luta sem trincheiras para
regularizar, Verª Sofia, aqueles imóveis que foram construídos pelo IPE em
1967, e até hoje as pessoas não têm a escritura! É aquilo que eu digo: Porto
Alegre tem duas cidades dentro de uma cidade: tem a Cidade regular e a Cidade
irregular, onde os serviços públicos, na grande maioria, não chegaram.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Muito brevemente, Vereador, fico
sensibilizada com a sua gripe, mas eu quero, principalmente, elogiar a
iniciativa de trazer a entidade Heróphilo de Azambuja para ser homenageada,
porque nós sabemos da relevância do trabalho que essas instituições fazem com
nossas crianças e adolescentes na periferia da Cidade, da extrema dificuldade
de manter um trabalho de qualidade e da luta por ser respeitada sua história
nos fóruns, na relação com o Governo e na aplicação correta de recursos. Quero
parabenizar os professores, os educadores, os dirigentes da entidade e a
comunidade por essa vitória, e colocar a nossa Bancada do Partido dos
Trabalhadores à disposição para essa luta, pois temos a certeza de que o
Governo sem a sociedade civil faria muito pouco por nossas crianças. Parabéns.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Por isso, meu
caro amigo, Sr. Carlos, receba da nossa Bancada, e, com certeza, da Casa, os
nossos sinceros cumprimentos pela luta incansável, mas também pela
sensibilidade do Governo Municipal, que tem feito os convênios através da FASC,
através da SMED, e que tem sentido as necessidades de uma das Regiões mais
empobrecidas da Cidade, que é a Região Leste. Vocês são brasileiros com B muito
maiúsculo, porque se preocupam além do quintal de suas casas. Se tivéssemos
várias entidades como essa, podem ter a certeza de que este Brasil seria muito
diferente, teria muito mais amor, teria crianças com mais dignidade e um futuro
muito melhor. Parabéns, e um abraço muito fraterno.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver.
Sebastião Melo.
Quero, também, registrar a presença do Coronel
Marcelo Cantagalo dos Santos, Assessor Parlamentar do Comando Militar; da Alice
Bitencourt, Conselheira Tutelar, querida amiga do Amigos de Lucas - já referida
pelo Ver. Sebastião Melo; Joaquim Proença, Conselheiro Titular da Temática de
Saúde e Assistência Social, que também é educador da Instituição; registrar
também a presença do Clube de Mães Judith Meneghetti e de todos os educadores e
educadoras, crianças e adolescentes da Instituição que estão conosco nesta
tarde; sejam todos muito bem-vindos a nossa Casa.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações, que homenageia o 37º aniversário da Sociedade Comunitária
Heróphilo de Azambuja.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria
Celeste; minha querida amiga Ângela Baldino, que está fazendo um belíssimo
trabalho à frente da Secretaria de Turismo do nosso Município; quero
cumprimentar também aqui o Sr. Presidente da Associação Comunitária Heróphilo
de Azambuja, Carlos Borck da Silva, o Major Hugo Amaral, representante do
Comando Militar do Sul e quero cumprimentar os Srs. Vereadores e as Sras.
Vereadoras e toda a comunidade daquela região tão importante de nossa Cidade, o
IPE II.
Durante muito tempo eu construí uma relação muito
bonita com os moradores daquela região, e a relação que construí lá, Ver.
Sebastião Melo - e quero cumprimentá-lo pela homenagem que V. Exª solicitou à
Casa -, foi feita por intermédio da Sociedade Heróphilo de Azambuja. Foram
muitas festas, foram muitos eventos, foram muitas as dificuldades pelas quais
nós assistimos a Sociedade Heróphilo de Azambuja passar; muito abandono por
parte dos órgãos municipais; mas abandono mesmo! Durante muito tempo nós vimos
aquela comunidade lutar sozinha para tentar, de uma forma ou de outra, vencer os
problemas, primeiramente, de segurança pública, porque o Clube Heróphilo de
Azambuja era assaltado constantemente, e muitas e muitas vezes nós vimos aquela
Sociedade ficar sem parte do seu patrimônio por causa dos assaltos, e nada -
absolutamente nada! - era feito. As autoridades que lá compareciam de vez em
quando, nada levavam de mais positivo. E nós tentávamos, de uma forma ou de
outra, ser intermediários entre essas autoridades e aquela comunidade.
Eu quero saudar pelo menos duas pessoas que eu vejo
aqui e que eram muito importantes naquela sociedade e que também fazem parte
até hoje do Clube de Mães Judith Meneghetti. Eu me relacionei durante muito
tempo com os clubes de mães e principalmente com o Clube de Mães Judith
Meneghetti, pois sou o padrinho do clube de mães. Então, minha querida amiga
Isolda e minha amiga Cleusa, que lá estão presentes, em nome delas eu quero
cumprimentar toda essa comunidade de que eu gosto tanto, que eu visitei tantas
e tantas vezes e que eu sei que é uma comunidade bastante sofrida, porque
aquela comunidade, que fica lá em cima naquele morro, é abandonada.
Hoje, como o Ver. Sebastião falou aqui, nós já
temos mais convênios, a Prefeitura Municipal presta um pouco mais de atenção
aos problemas por que passa aquela comunidade, pois eu sei muito bem que
durante muito e muito tempo, lá no Ipê II, aquelas pessoas clamavam por isso,
elas queriam que lá estivesse a Prefeitura Municipal, que lá estivessem os
Poderes constituídos, e raras vezes elas conseguiam fazer com que o seu clamor
pudesse se transformar realmente numa ação mais forte, mais efetiva em prol
daquela comunidade.
Presidente, eu quero saudar V. Exª, Sr. Carlos
Borck da Silva, porque eu sei que a luta daqueles que estão à frente de um
clube como o Heróphilo de Azambuja é uma luta muito renhida, tem que realmente
ser muito dedicado à causa da comunidade para ficar frente a uma luta assim. Eu
vejo isso, porque o clube de mães faz uma luta desse porte; que através do
clube de mães muita coisa foi conseguida para aquela região e o clube,
inclusive, não fica só na região, ele vai também para a comunidade do Menino
Jesus de Praga e presta auxílio lá.
Então, a essa comunidade, que eu aprendi a admirar
e que sei que é muito eficiente, que hoje tem V. Sª na Presidência da Sociedade
Comunitária Heróphilo de Azambuja, quero dizer que nós nos colocamos à inteira
disposição para continuar dentro daquilo que é possível fazer no sentido de que
a Prefeitura Municipal, através dos seus órgãos, e o Governo do Estado também,
através das suas Secretarias, possam de uma forma ou de outra fazer com que
aquela comunidade possa ser uma comunidade mais feliz.
Parabéns a vocês e que vocês continuem assim
vibrantes e dando exemplos para todas as outras comunidades de nossa Cidade.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Neste momento,
convido o Presidente da Sociedade Comunitária Heróphilo de Azambuja, Sr. Carlos
Borck da Silva, para fazer a sua manifestação da tribuna.
O SR. CARLOS BORCK DA SILVA: Boa-tarde a
todos e a todas, boa-tarde à Mesa. Ilustre Presidenta Maria Celeste, quero, em
primeiro lugar, agradecer pela proposta do nosso querido Ver. Sebastião Melo,
de homenagem à Heróphilo de Azambuja. O Ver. Sebastião Melo, que é uma pessoa
que está acompanhando desde o início a nossa caminhada, do início de 2005,
então, ele conheceu bem como estava aquela nossa Associação. E, através de
lutas, sempre arregaçando as mangas, estamos, hoje, com o prédio totalmente
reformado e com uma creche comunitária pronta. No final de 2004, vendo a grande
necessidade do vazio de atendimento na política pública de ação social e
Educação Infantil, nos propusemos a levantar aquele prédio da Associação, que
estava - digamos - praticamente abandonada, e a restaurá-lo para trabalhar com
a criança, com o adolescente e com suas famílias, na Microrregião Jardim
Carvalho. Uma região que estava totalmente esquecida, praticamente sem nenhuma
ação da política pública em assistência social e Educação Infantil.
Então, eu quero agradecer pela presença de todos e
convidá-los a visitar a nossa Associação. Estamos com projetos de Assistência
Social, do SASE - projeto que deve começar logo em seguida -; da creche
comunitária, mas também
atendemos à criança e ao adolescente. E como ficam as famílias dessas crianças
e desses adolescentes? Nós procuramos fazer alguma coisa, mas não somos
capacitados para tal. Então, para isso, novamente, através do Orçamento
Participativo, estamos demandando um programa de família para o próximo ano,
para qualificar o atendimento às crianças, aos adolescentes e às suas famílias.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Muito obrigada, Carlos, Presidente da Sociedade Comunitária. Agradeço pela
participação de todos nesta bela homenagem e pela lembrança do Ver. Sebastião
Melo pelo 37º aniversário da Sociedade Comunitária Heróphilo de Azambuja.
Neste
momento, suspendo os trabalhos para as despedidas, a fim de que possamos
parabenizar pessoalmente os educadores e as crianças pelo aniversário tão
importante dessa entidade, que trabalha, há muito tempo, na Zona Leste da nossa
Cidade. Muito obrigada pela participação de todos e pela presença de todos os
senhores e senhoras. (Palmas.)
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h55min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h03min): Estão reabertos os trabalhos.
Continuamos no período de Comunicações.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.
O
SR. NILO SANTOS: Exma Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que nos acompanham nesta tarde de trabalhos da Câmara, faço uso da
palavra, hoje, apenas para iniciar uma resposta ao Ver. Carlos Todeschini, que,
na semana passada, trouxe aqui a informação de que a SMOV estava fazendo uma contratação
emergencial, num valor elevado. Digo, iniciar, porque essa justificativa será
completada na quarta-feira, no período de Liderança, quando trarei todos os
dados para que não fique nenhum tipo de dúvida.
Na
realidade, o que está acontecendo é que a SMOV está tentando dar vida a esta
Cidade, porque, infelizmente, quando houve a troca de Governo, o maquinário lá
existente ficou em situação precária - isso é do conhecimento de todos. Em
2003, foi solicitado ao BNDES um financiamento de cinco milhões de reais para
resolver esse problema; até o momento o financiamento não foi autorizado. E as
obras não podem parar.
Eu
tenho aqui, inclusive, a justificativa encaminhada, pela Divisão de Conservação
de Vias Urbanas, ao Secretário Maurício Dziedricki, para a contratação
emergencial. Diz aqui que os equipamentos eram consertados pela própria oficina
da SMOV, e não tendo mais condições de fazê-lo, o maquinário foi ficando parado
e as dificuldades da manutenção aumentaram cada vez mais. Então, a Divisão de
Conservação de Vias Urbanas solicitou ao Secretário a contratação, em caráter
emergencial, do serviço de terraplenagem a fim de que essa Divisão pudesse
continuar cumprindo as suas atribuições. Há necessidade imediata dos seguintes
equipamentos: dois tratores de esteira D6; quatro motoniveladoras; duas
pás-carregadeiras; um semi- reboque; cinco retroescavadeiras; um rolo
compactador - isso tudo porque, infelizmente, este Governo pegou tudo sucateado
dentro da SMOV! Não há máquina para trabalhar, e assim não há como tapar
buracos; sem máquina para trabalhar, não há como dar uma resposta imediata para
a sociedade, até para que os “dentes das pessoas que andam pelas ruas não
fiquem frouxos”, como o Ver. Todeschini disse certa vez. Sem maquinário não tem
como trabalhar! Foi assim, também, dentro da FASC: apagaram todas as
informações dos computadores. Quando nós assumimos a FASC, não tínhamos nada,
nem os projetos; nós não tínhamos nada! E agora, quando surge a necessidade de
fazer uma contratação emergencial, a primeira coisa que brota dentro deste
Plenário é que estão fazendo isso para roubar, porque foi esse o pensamento!
Tem gente que pensa que tudo é roubo, tudo é para roubar! Contrata-se um
negócio: é para tirar dinheiro em cima.
Quero
dizer que o nosso Partido, Ver. Alceu Brasinha, não tem tal costume, não aqui
nesta Capital.
O
SR. NILO SANTOS: Inclusive,
Ver. Brasinha, eu quero sugerir para a oposição, se assumir novamente esta
Prefeitura, para que nunca mais deixe a Cidade do jeito que deixou. Nunca mais
deixe as Secretarias do jeito que deixou, porque é muito feio isso, é feio;
isso não é brincadeira! Então, na quarta-feira trarei os dados aqui, porque não
ficou muito clara aquela colocação do Ver. Carlos Todeschini. Tenho informações
que na quarta-feira repassarei ao Vereador; se ele quiser, farei uma cópia para
lhe entregar na quarta mesmo. Inclusive, há fotos das máquinas quebradas,
quando o Secretário assumiu. Obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações. (Pausa). Ausente. A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereadora-Presidenta, Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte?
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu estava tratando de outro tema, Ver.
Guilherme; eu gostaria de me pronunciar sobre a fala do Ver. Nilo, mas eu lhe
concedo o aparte.
O Sr. Guilherme Barbosa: Obrigado, Verª Sofia. Eu apenas quero
dizer que o Ver. Nilo vai ter que se esforçar um pouco mais, porque sempre
houve problemas com maquinários na Prefeitura, mas nós sempre consertamos as
máquinas, sempre trabalhamos pela Cidade, e resolvíamos os problemas. Agora,
fazer uma isenção de licitação no valor de dois milhões, num trabalho que é
permanente na Cidade, é uma agressão à Legislação, não há argumentos que
consigam clarear isso. Vão ter que explicar isso muito bem. Vamos ver se até
quarta-feira ele dará conta das informações que eu repassarei para ele.
Obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Essa é a prova da incompetência, Ver.
Guilherme, e do desrespeito com a Cidade, pois esse tipo de dispensa nós não
aceitamos. Essa é a prova absoluta da falta de planejamento e de trabalho sério
na Cidade.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Eu gostaria de dizer que o Prefeito Fogaça e sua equipe já estão
indo para o terceiro ano de Governo e ainda tentam responsabilizar, pelo seu
desmando, pelo seu desgoverno, pela sua incompetência, o Governo da Frente
Popular. Digo bem objetivamente, já lhe agradecendo pelo aparte, que venham as
explicações, porque a Justiça fará cobranças!
A SRA. SOFIA CAVEDON: Isso mesmo, Ver. Todeschini. Eu estou
impressionada com os governos que só sabem chorar e que são incompetentes para
governar. E o quadro se repete no Governo da Governadora Yeda. Eu fico tentando
me lembrar se o Olívio Dutra, quando foi Governador, Ver. Braz, chorava desse
jeito e só ficava “cantando aos quatro cantos” os problemas orçamentários.
Havia problemas orçamentários, mas ele criou muitos Programas novos, como o
Primeiro Emprego; os Coletivos de Trabalho; a Universidade Estadual; e ainda
propôs desenvolvimento harmonioso para o Rio Grande. No entanto, os Governos
Rigotto, Yeda, e Fogaça, só sabem viver do passado. Isso é lamentável! E
tamanha é a falta de planejamento, que nós tivemos que levar ao Ministério
Público, o Governo Municipal, para que faça concurso para monitores, Ver.
Claudio Sebenelo. O Ver. Claudio Sebenelo vem sempre aqui dizer que a Educação
Infantil é um caos em Porto Alegre, mas claro que se referindo à nossa época, e
não ao Governo Fogaça, o seu Governo.
Vou
dar um dado, Ver. Claudio Sebenelo, sobre escola infantil própria do Município
- não é nem creche comunitária, que o senhor critica: 16 das 33 escolas infantis
têm 70% do quadro dos monitores, Verª Maria Celeste, suprido por estagiários;
70% são estagiários e 30% são monitores. Como chegamos a esse nível de
pauperização e de perigoso atendimento à criança de zero a seis anos? Desde
2005 encerrou o concurso da monitoria, e a Prefeitura não tomou providências,
não fez novo concurso. O monitor se aposenta, o monitor é readaptado ou se
exonera, e é substituído por estagiário. Nós sempre mantivemos uma política de
30% de estagiários para que eles pudessem aprender, para ter supervisão, para
ter apoio, e isso se inverteu completamente na escola infantil municipal, não
se trata da creche comunitária, que o esforço comunitário vem melhorando e
qualificando.
Isso
é falta de planejamento, o que também se vê nos buracos escandalosos da Cidade.
Eu nunca furei pneu, e este ano tive duas vezes o pneu furado andando na
Cidade. Tu entras na Rua Fernandes Vieira e encontra uma cratera cortada, e não
é nem uma cratera da chuva, é uma cratera cortada pela Prefeitura; tu entras com
o pneu e o estoura. É um escândalo!
Igual
está o Governo Yeda. Amanhã de manhã nós estaremos, toda a Educação de adultos
de Porto Alegre - aqui nós já ouvimos a Emater -, gritando contra o desmonte da
educação presencial, da educação de adultos que é feita nos NEJAs aqui em Porto
Alegre, especialmente no NEJA Paulo Freire, Ver. João Antonio Dib, que atende
1.100 alunos dos 15 aos 80 anos. Levamos a Câmara hoje lá, no Programa “Com a Câmara na Cidade”, nosso programa que tão bem nos
apóia nessa luta; e a Governadora, através da sua Secretária de Educação,
disse: “Olha, dos 35 que atendem 1.100 alunos eu vou tirar 17, porque há
muitos, e eu preciso de professor em outro lugar; vocês se reorganizem”, essa é
a linha. E aos alunos, adultos, se alfabetizando, concluindo o Ensino Médio,
que precisam daquela aula do professor, ela diz: “Bom, que se organizem”.
Então, esse é o estado das coisas, infelizmente, em Porto Alegre e
no Estado do Rio Grande do Sul; a população só faz resistir para não perder mais.
(Não
revisado pela oradora.)
O primeiro Vereador inscrito é o Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.
Dia
15 de novembro é feriado; dia 02 de novembro é feriado; dia 12 de outubro
também é feriado. Dia 21 de dezembro cai numa sexta-feira. Portanto sexta-feira
não há expediente para os Vereadores, normalmente. Eles atendem nos seus
gabinetes, mas não há Comissões, não há Plenário. A antevéspera do Natal será
assim: dia 21, sexta-feira; 22, sábado; 23, domingo; 24, segunda-feira; e dia
25, terça-feira, é o Natal. E aí eu queria ver todos aqueles que votaram na
redução do recesso! Eu propus que o recesso se iniciasse no dia 22 de dezembro,
e não no dia 03 de janeiro. Nos dias 1º, 2 e 3 de janeiro trabalha-se. Eu quero
ver quem é que virá nesses dias: 21, 22, 23, 24 e 25. Eu quero ver quem não vai
fazer feriadão! E quero os Vereadores aqui, porque eles disseram que iriam
trabalhar até o fim do ano, e só nos restam 98 dias! A mesma coisa vale para os
dias 28, 29, 30 e 31 de dezembro: eu quero ver os Vereadores aqui. Nos dias 24
e 31 de dezembro o expediente é até o meio-dia tradicionalmente na Prefeitura.
Eu quero ver... Com toda a minha atenção estarei concentrado para ver os meus
ilustrados colegas nesses dias estarem aqui para buscar solução para os
problemas da Cidade.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, eu
concordo com V. Exa; agora, eu só faço um apelo: que a gente realmente possa
trabalhar, porque o que mais se tem feito aqui, com todo o respeito, é
conversar. Eu acho que nós temos que conversar menos e trabalhar mais!
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
acho que, se nós tivéssemos proposições de leis mais objetivas, nós teríamos
mais soluções para Porto Alegre. Parece que há algum problema quando se faz
reunião das Mesas e Lideranças, nas segundas-feiras, para estabelecer o que
será votado durante a semana. Eu vejo isso com tristeza. Eu já reclamei aqui,
estou apenas repetindo a reclamação! Eu fiz uma proposição para definir, na Lei
Orgânica, a sucessão do Prefeito no momento em que ele se ausenta, ausenta-se o
Vice e ausenta-se o Presidente da Câmara. Eu fiz uma proposição, ela esteve na
Ordem do Dia para discussão, e falta a última discussão. Eu pedi o adiamento
por duas Sessões para dar oportunidade à Colenda Procuradoria do Município de
apresentar as suas razões, e para que os Vereadores examinassem com mais
critério a Emenda à Lei Orgânica por mim proposta, não em 2007, mas sim, em
2003. Eu gostaria de ver, de examinar, até que dissessem: “Olhe, não é boa, é
muito contrária aos interesses do Município, deixar o Procurador-Geral do
Município assumir a Prefeitura”, porque trocaram a redação final, Ver. Bernardino,
colocando um verbo que não existia. Não existia o verbo “responderá”, mas
acertaram a redação final, e colocaram que “assumirá” a Prefeitura o Procurador-Geral,
que não foi votado, que às vezes nem é servidor da Prefeitura. Honrosamente nós
podemos dizer que esteve lá a Dra. Mercedes Rodrigues, um nome extraordinário;
é da minha terra, Vacaria, o que já seria uma grande apresentação, mas não é
aquela que deveria ser a Prefeita, como também não foi o ex-Procurador Rogério
Favretto. Só que a Dra. Mercedes não fez nenhuma alteração na Procuradoria, e o
Rogério Favretto, quando assumiu a Prefeitura, exerceu a Prefeitura por
Decreto. Estou procurando os estudos que originaram esse Decreto; ele modificou
e reestruturou toda a Procuradoria.
Portanto, fico esperando, e não vou à reunião de
segunda-feira, ainda que eu seja Líder do meu Partido; não vou, porque termino
me incomodando. Acertam uma coisa lá, e, quando chega ao Plenário, há quem peça
para mudar, ou, então, quando eu saio, ficam lá depois da reunião e mudam lá
mesmo; então, eu não vou mais. Quero as coisas certas, certas; as erradas,
erradas. Não estou disposto mais a discutir para depois não ver tornado
realidade aquilo que está sendo proposto. Continuamos tendo uma imensa
quantidade de leis, algumas até repetitivas. Mas, de qualquer forma, tomando
lugar daquelas que deveriam ser discutidas amplamente. Agora, continuo dizendo
que o há caminho certo e o caminho errado.
Hoje, no Estado do Rio Grande do Sul, alguns
Prefeitos estão declarando emergência por causa das chuvas, e essa declaração
de emergência vai à Defesa Civil do Estado para confirmar se realmente existe
emergência. Portanto, na forma da Lei nº 866, pode-se dispensar licitação, sim,
desde que declarada a emergência, ou seja, desde que haja um decreto do Sr.
Prefeito Municipal, declarando a emergência, e essa declaração de emergência do
Prefeito, através do decreto, seja aprovada pela Defesa Civil. Senão, não
existe emergência. Portanto, o certo é certo; o errado é errado. E não vou
fazer diferente: não vou, depois de toda a minha vida pública, me moldar aos
interesses momentâneos desse ou daquele. Para mim, continuará sendo certo
aquilo que entendo certo: o que está escrito na Lei, e, fora da Lei, não há
salvação.
Eu poderia continuar aqui com uma série de
reclamações minhas, mas não vou fazer reclamações, vou ficar por aqui mesmo,
dizendo que espero que o dia de amanhã seja melhor, que as coisas funcionem,
que os próximos 98 dias sejam realmente produtivos, sem grandes delongas, sem
grandes conversas, sem grandes trocas de palavras apenas, sem que sejam
produtivas. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver.
João Antonio Dib. Com a sua
manifestação, concluímos o período de Grande Expediente.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 4284/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 128/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera a ementa e
acrescenta parágrafo único ao art. 1º da Lei nº 7.497, de 21 de setembro de
1994, alterada pela Lei nº 8.867, de 28 de dezembro de 2001, que estabelece
penalidades aos estabelecimentos comerciais que venderem ou servirem bebidas
alcoólicas a crianças ou adolescentes menores de idade e dá outras
providências, determinando que o
comerciante exija documento de comprovação da idade do consumidor, quando
houver dúvida sobre a maioridade desse.
PROC. Nº 6819/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/07, que cria a Subunidade 02 na Unidade de
Estruturação Urbana (UEU) 048 da Macrozona (MZ) 1, define Regime Urbanístico e
dá outras providências.
PROC. Nº 6904/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/07, que dispõe sobre o Fundo Municipal de
Desenvolvimento – FMD, institui o Conselho Gestor do FMD na forma da Lei
Complementar nº 11.124, de 16 de junho de 2005, revoga a Lei Complementar nº
337, de 10 de janeiro de 1995, que cria o Conselho Municipal de Acesso à Terra
e Habitação – COMATHAB, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 6063/07 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 179/07, de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni, que institui o Dia Municipal de Conscientização do
X-Frágil e a Semana Municipal de Estudos e Conscientização sobre a Síndrome do
X-Frágil e dá outras providências.
PROC. Nº 6777/07 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/07,
que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre,
institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre –
PDDUA, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 5007/07 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 163/07, de autoria
do Ver. Elói Guimarães, que denomina Praça Jorge Salim Allem o logradouro
público não-cadastrado, conhecido como Praça 3012 – Loteamento Verdes Campos -,
localizado no bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC. Nº 6275/07 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 185/07, de autoria
do Ver. Mario Fraga, que denomina Rua Eva Pinto o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 7058 – Loteamento Hípica Boulevard. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 3559/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que assegura aos professores da rede pública municipal de
ensino o direito ao pagamento de 50% (cinqüenta por cento) do valor cobrado
para o ingresso em atividades culturais organizadas ou patrocinadas pelo
Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3520/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
dispõe sobre o processo de escolha dos conselheiros tutelares do Município de
Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01.
PROC. Nº 6189/07 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 182/07, de autoria
do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Lóris José Isatto o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Rua J – Vila Nova Santa Rosa -, localizado no
bairro Rubem Berta. (Este projeto
com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 6265/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Drª Themis Reverbel da
Silveira.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas
que assistem a esta Sessão Plenária, nós temos aqui, em Pauta, hoje, o Projeto
de Lei Complementar do Executivo, que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre - PDDUA -, e
dá outras providências. Bem, essa, sem dúvida, é a grande e a mais importante
Lei de uma Cidade, Ver. Bernardino Vendruscolo: a definição dos regimes
urbanísticos, o seu planejamento, as questões de mobilidade, circulação e
transporte, as questões das áreas de interesse ambiental, áreas de interesse
cultural, enfim, um conjunto expressivo de ações e regras que dizem respeito ao
cotidiano da vida da Cidade.
No entanto, pelo que pude acompanhar, o Projeto
enviado pelo Executivo para esta Casa não pode ser aceito, não merece que esta
Casa leve a sério o que tem sido feito, porque vem um Projeto depois de todos
os questionamentos sobre a concepção da proposta, as idas às Audiências
Públicas, as idas e vindas, e o sabido conflito existente dentro do Governo.
Agora vem um Projeto já com uma errata, anunciando mais de uma centena de
correções, e também o anúncio de que virão outras, porque ainda se encontram em
discussão no ambiente e no espaço técnico das Secretarias competentes do
Governo.
Ora, esta Casa exige, Verª Margarete, decência e
respeito. Como nós, Vereadores, podemos examinar o texto de uma lei que chegou
aqui, se nem sequer o Governo se entende, que já vem com mais de cem
retificações, em que vem o anúncio embutido de que outras retificações virão,
pois estão em estudo pela área técnica
e pelos grupos técnicos do Governo. Nós não podemos brincar de fazer leis! Nós,
como Vereadores, devemos exigir respeito por parte do Governo e nós só podemos
examinar uma lei quando ela chega a esta Casa como uma proposta totalizante,
como uma proposta integral e integrada e não examinarmos fragmentos ou
propostas já retificadas, ou idéias que ainda virão, Ver. Guilherme.
Portanto,
para aqueles que muito criticavam o Governo anterior, e, certamente, o Governo
anterior tinha as suas dificuldades, enfrentava conflitos, enfrentava
problemas, mas nunca houve tanta falta de respeito como está havendo agora!
Como nós podemos examinar uma lei que vem aos fragmentos para esta Casa?! Eu
não conheço, não tenho notícia de que isso tenha acontecido em qualquer esfera
de debate público, em qualquer lugar deste País, ou em qualquer cidade deste
País. Portanto, é lamentável isso! É bom que a Cidade, que está nos assistindo,
saiba e tenha consciência de que pela primeira vez acontece isso: um plano, uma
proposta de lei, a mais importante da Cidade, uma Lei Complementar, vem aos
fragmentos, desarticulada e o com anúncio de que virão mais proposições.
Então,
o que nós estamos fazendo aqui? O que nós, Vereadores, temos como papel, pois
fomos eleitos para votar as leis da Cidade? E recebemos do Executivo tamanho
descaso e tamanha desarticulação e desleixo como proposta. É preciso que a
gente tome atitude, porque o assunto que está em questão é sério demais para
ser verdade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em 1ª
Sessão de Pauta, novamente, vamos tecer comentários sobre mais um Projeto de
autoria do colega Ver. Claudio Sebenelo.
E,
desta vez, ele busca, a meu ver, o que é o mais importante, pois altera a lei
existente sobre a venda de bebida alcoólica em Porto Alegre, altera, em
pequenos detalhes, mas são detalhes muito importantes.
E
todos nós falamos, há um consenso que temos as leis, mas elas não são
cumpridas.
Então,
queremos educar o nosso povo a respeito do alcoolismo, e achamos que, fechando
os bares da meia-noite até às 6 horas, iremos resolver o problema.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Eu
sei que não é isso, nobre Vereador. V. Exª está, justamente, apresentando uma
lei que contradiz isso que afirmei.
Uma
lei, sim, essa, sim, a de não vender bebida alcoólica para menores na nossa
Cidade. É uma lei que existe, em que V. Exª está fazendo umas Emendas,
louváveis Emendas, que imputam responsabilidade a quem vende bebida alcoólica a
menores de idade.
Quero
parabenizá-lo, Ver. Sebenelo.
Isso,
sim: temos de cuidar das leis existentes, que são mais do que suficientes para
combatermos o alcoolismo, os desvios, que tanto mal fazem ao ser humano.
Como
sempre falei, sou parceiro na diminuição do consumo da bebida alcoólica, e, se
preciso for, o eliminarmos, mas não o comércio, a ponta do comércio, os
pequenos comerciantes.
Sou
a favor de eliminarmos uma fábrica de bebida alcoólica, sim, mas não aquele que
está lá na ponta, que aplica seus parcos recursos na sua sobrevida e da sua
família. Esse é o nosso posicionamento.
Quero
parabenizar o nobre colega Claudio Sebenelo, que no seu Projeto está
responsabilizando os estabelecimentos, mas acho que temos de responsabilizar
não só o comerciante. Acho que temos de responsabilizar, também, os
responsáveis pelo menor, que também terão de ser chamamos às regras da Lei.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael Heinen, é verdade,
a preocupação é muita. Penso que o Ver. Sebenelo está um pouco equivocado.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Não, neste Projeto, não!
O
Sr. Alceu Brasinha: Não,
no outro. Nesse aí ele está certo. Mas eu quero dizer, Ver. Ismael, é que o
pequeno empresário, o pequeno comerciante, que estão lá na ponta, como V. Exª
falou, dá emprego a outros e para a família, são os parentes que sobrevivem, e
nessa hora fica muito difícil querer cortar qualquer tipo de atividade. Vai
ocasionar desemprego, sim senhor, e o desemprego já está demais. Se oferecermos
uma vaga de emprego, aparecem mais de 200 pessoas para concorrer a uma vaga.
Imagine o caos que isso vai causar à Cidade!
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: É
verdade, Vereador.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Evidente que eu nem vou
discutir o que o Brasinha fala... Mas é o seguinte: primeiro, este Projeto, por
exemplo, de proibição de venda de bebida alcoólica não é fechar o bar; é
proibir venda de bebida alcoólica, das zero às seis horas. E ele não está
sozinho, ele está em vinte e tantas outras iniciativas, e além das questões do
emprego nós estamos muito preocupados, também, é com a mortabilidade, com a
morbidade, a matança, o genocídio que há, e se não se fizer alguma coisa, nós
vamos continuar tendo isso. Mas, no entanto, Ver. Brasinha, temos de dizer a V.
Exª que o desemprego se dá quando se manda embora a Ford!
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Agradeço
o aparte dos nobres colegas, mas volto a afirmar: a criminalidade não se dá
apenas da meia noite às seis, na noite; isso não acontece somente nesse
horário, mas são idéias, são pontos, são contrapontos tão necessários. Hoje
está em Pauta este Projeto do Vereador em que ele quer disciplinar, punir
aqueles que não cumprem a Lei, aqueles que vendem bebida alcoólica para os
menores nos seus estabelecimentos; aí somos parceiros, e dou os parabéns, só
que eu acho que ainda falta definir qual é a punição a ser dada. Agora, eu
ainda defendo, mais à frente, não punirmos só o comerciante, mas aquele que
deixa com que o jovem vá se abastecer em casas que vendem bebida alcoólica.
Muito obrigado, Srª Presidente e nobres colegas.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta, no dia de hoje, três
Projetos de Lei - um do Legislativo e dois do Executivo. Do Legislativo, há um
Projeto que eu acho que é inócuo - este é o entendimento deste Vereador. Há
legislação no País que cobre com bastante abrangência todos os tipos de
irregularidades que possam ser cometidas. Tanto é verdade que se a legislação
brasileira fosse cumprida os “renans calheiros” não existiriam, os “josés
sarneys” não existiriam, tantos Senadores que estão por aí, e, provavelmente, o
Presidente da República também não estaria no lugar em que está.
O
Projeto do Executivo cria Subunidade 02 na Unidade de Estruturação Urbana, ou
seja, ele pretende dar índices para que o Judiciário seja melhor instalado;
pretende fazer, junto ao Beira-Rio, um prédio para as 41 Varas Cíveis de
Família e da Fazenda Pública para atender ao crescimento vegetativo dos
próximos 30 anos, estimado ainda em mais 10 ou 12 Varas Cíveis - Fazenda e
Família. E o acréscimo de índice construído será de forma onerosa, ou seja,
eles pagarão pela utilização do espaço a mais permitido na forma da legislação
existente, a Lei Complementar nº 315 de 1994. E se pretende, ali, construir 71
mil metros quadrados e 1.100 vagas para estacionamentos.
O
outro Projeto, também do Executivo, dispõem sobre o Fundo Municipal de
Desenvolvimento, institui o Conselho Gestor na forma da Lei Complementar, já
existente, de 2005, revoga uma lei de 1995 que trata do assunto, que cria o
Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação, Comathab, e pretende o Município
requerer recursos do Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social e adequação
legal a essa norma. Essa norma do Fundo Nacional de Habitação dá o prazo até 31
de dezembro de 2007 para que seja adequado. Então, o Município tenta fazer, com
isso... e depois elaborar um Plano de Habitação de Interesse Social. É uma
medida de iniciativa do Executivo da mais alta relevância, porque uma das
coisas que mais falta nesta Cidade é habitação, mas não habitação na forma que
já foi feita, como, por exemplo, a Vila Planetário: deram Direito Real de Uso
para 90 famílias, mais ou menos, e eu gostaria de saber quantas dessas 90
famílias ainda estão lá? Quantos pagaram em dia a sua mensalidade módica,
simbólica - nem módica é, é uma mensalidade simbólica? Eu gostaria de saber.
Aliás, eu fiz um Pedido de Informações nesse sentido, e saberei isso dentro dos
próximos dias, sem dúvida nenhuma. Saúde e PAZ.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Exma Srª Presidenta dos trabalhos, Maristela
Meneghetti; Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, público que nos
assiste, o primeiro Projeto que eu quero comentar é de autoria do Ver. Claudio
Sebenelo, que altera a ementa e acrescenta Parágrafo Único ao artigo 1º da Lei
nº 7.497, de 21 de setembro de 1994, alterada pela Lei nº 8.867, de 28 de
dezembro de 2001, que estabelece penalidades aos estabelecimentos comerciais
que venderem ou servirem bebidas alcoólicas a crianças ou adolescentes menores
de idade e dá outras providências. Eu quero cumprimentar o Ver. Sebenelo, e
tenho certeza de que cada setor, cada face da sociedade têm deveres em relação
às crianças - as famílias, os educadores, a escola, o clube social, o clube de
lazer, de esportes, enfim, todas aquelas pessoas e instituições que
proporcionem atividades relacionadas aos jovens. Isso também vale para os
estabelecimentos comerciais; portanto, eu quero parabenizá-lo por este Projeto
que está em Pauta, hoje.
Depois,
o segundo comentário eu quero fazer em relação a um Projeto assinado pelo Ver.
Oliboni, que institui o Dia Municipal de Conscientização do X-Frágil e a Semana
Municipal dos Estudos e Conscientização sobre essa Síndrome. Para mim, essa era
uma doença absolutamente nova - e, de fato, não era -, mas acho que para a
maioria da população é uma doença de complexo diagnóstico, e deve ser detectada
logo para melhorar a vida dos portadores, que merecem um tratamento
adequado. Também imagino que essa Semana de reflexão, proposta pelo Ver.
Oliboni, seja um incentivo para a continuidade dessas pesquisas e que detectem
a cura dessa enfermidade. Certamente, a partir dessa Semana, com tudo que vem
evoluindo na medicina, tanto as pessoas terão uma vida melhor, como vamos
prevenir essa doença para as novas gerações, assim como as famílias
sentir-se-ão melhor. Quero cumprimentar o Ver. Oliboni.
O
último Projeto que quero comentar é o que dispõe sobre o desenvolvimento urbano
no Município de Porto Alegre e institui o Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Ambiental de Porto Alegre, PDDUA, e dá outras providências. Quero dizer
que a Peça que foi enviada pelo Executivo para esta Casa contém muitas falhas,
contém erros formais já reconhecidos pelo Governo Municipal, erros de
linguagem, veio incompleta, apresenta uma errata, foi colocada toda em
fragmentos. Imaginamos que deveria ser uma Peça só; são problemas para uma
revisão séria do Plano Diretor de Porto Alegre. Esse caso está sendo analisado
pela Mesa, pelo Executivo Municipal. Enquanto esperamos, queremos nos
solidarizar com a constituição do fórum, porque esta Casa tem o dever de
continuar ouvindo os cidadãos e cidadãs de Porto Alegre e dialogar com eles,
que têm contribuições a dar, que estão interessados no futuro da nossa Cidade.
E existem instituições vinculadas ao tema do desenvolvimento urbano de Porto
Alegre; são instituições comunitárias, são sindicatos, são Conselhos da Cidade,
associações, instituições acadêmicas e universitárias. Acreditamos que a nossa
maior tarefa no ano de 2007 é precisamente trabalharmos a Revisão do Planto
Diretor. Hoje vejo pouco espaço, Ver. Sebenelo, para chegarmos a bom termo até
o final do ano, porque esta matéria merece muita concentração, muita reflexão,
muita análise, sobre qual cidade queremos para a Porto Alegre do presente, para
a Porto Alegre do futuro, e esses problemas de formalidade não são problemas
superficiais, são problemas muito sérios, porque alteram uma Lei já vigente e
isso ensejaria novos ritos, ensejaria nós nos reportarmos ao Estatuto da
Cidade, constituído em nível federal. Nós queremos resolver essa questão da
melhor maneira possível para que possamos nos debruçar nesta Comissão que está
sendo criada nesta Casa, junto com o Fórum das Entidades, para discutirmos e
definirmos, coletivamente, o futuro de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Margarete Moraes.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Encerrada a Pauta.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, Verª Maristela
Meneghetti; nobres Pares, colegas Vereadores e Vereadoras, no primeiro round
da CPMF, parece que aqueles que querem um País com menos impostos perderam. Nós
temos ainda um longo caminho pela frente para tentar reverter um quadro tão
pernicioso de carga tributária insuportável para o cidadão brasileiro.
No
jornal Correio do Povo de hoje há uma reportagem em que os Deputados estão
debruçados na tremenda dívida do Rio Grande do Sul, com um rombo de um bilhão e
300 milhões, só para a próxima gestão. Quer dizer, é o Estado numa insolvência
total. Tenho certeza de que se deixar de ser cobrada a CPMF do povo gaúcho, a
arrecadação do Estado cresce. O Estado se beneficia também se não tivermos a
CPMF, pois esse dinheiro que vai embora para o Governo Central não retorna. E
se ele ficar aqui, que sejam 10 reais de cada gaúcho, girando aqui, com certeza
ele se transformará em emprego e também em imposto estadual, em imposto
municipal.
Todos
sabemos - e isso nos deixa mais tristes - da penúria dos Estados e dos
Municípios. E isso me preocupa, porque vai faltar cada vez mais independência
econômica dos Municípios e dos Estados. Com esse imposto cobrado a mais,
estamos perdendo uma oportunidade ímpar. Se ao menos o Congresso fizesse uma
lei efetiva, real, em que esse imposto voltasse para os Estados, para os
Municípios, mas da maneira como ele está proposto na nossa Câmara Federal, ele
está vindo pior do que estava. Serão mais três anos em que teremos mais concentração de
impostos no Poder Central, e a proposta que está lá é de 20% de desvinculação
da Receita da União. Isso quer dizer que aquilo que era aplicado na Saúde será
diminuído em 20%; que estará na mão da Presidência da República para gastar em
que quiser. Acho que está ficando pior do que estava, e temos Deputados
Federais responsáveis por isso tudo, Ver. Dr. Goulart, por não trazer para o
seu Estado, um Estado que está minguando, que não tem dinheiro para pagar a
folha de pagamento. E isso não é culpa da Governadora, não; isso vem em uma
escala, de Governador a Governador, endividando o Estado até chegar a um ponto
de insolvência, como muitos outros Estados no Brasil chegaram, pela excessiva
concentração de impostos no Poder Central.
Temos problema de gestão? Sim, temos problemas de
gestão, porque está tudo concentrado lá. O PAC, até agora, é uma sigla, não vi
planejamento, não vi plano nenhum, e a concentração de impostos é cada vez
maior, e os Municípios com seus serviços cada vez mais ineficientes. Acho que é
chegado o momento de um grito de independência, de republicanismo, dizendo:
chega! O Governo tem que economizar e investir, e não cada vez arrecadar mais,
fazer mais festa, e cada vez gastar mais. Isso está ocorrendo: aumenta-se
impostos para se gastar mais, não para se aplicar mais. Criaram empregos,
criaram Ministérios, criaram CCs, e por aí afora; não há aquele compromisso
republicano de gastar aquilo que recebe. Querem gastar cada vez mais, e em
troca disso, é simples: aumentar impostos para zerar a conta pública. Eu
acredito que, lá no final, se não pudermos acabar com esse câncer, talvez
nossos Senadores possam devolver aos Estados e Municípios uma parcela daquilo
que o leão abocanha do bolso de todos os brasileiros.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Verª Maristela
Meneghetti, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, a
discussão que se trava, no que diz respeito à CPMF, deve-se ao momento
extremamente difícil por que passava, e passa, a Saúde em nosso País,
envolvendo todos os componentes que a integram, e ao Dr. Adib Jatene, que, com
o seu prestígio, com a sua força, com a sua respeitabilidade conseguiu
instituir essa Contribuição, que era provisória, que ajudou muito - é preciso
que se diga -, e ajuda muito; é preciso que se coloque isso.
Eu devo aqui confessar e dizer, Ver. João Antonio
Dib, que se lá estivesse, eu votaria a favor da CPMF. Se lá no Congresso eu
estivesse, votaria a favor da Contribuição para a Saúde!
Imaginem retirar esse valor - olhem só - do Sistema
de Saúde Pública em nosso País! O que representaria isso? Evidentemente que
pesa no bolso da população brasileira, é verdade. Mas não teríamos condições de
retirar esse valor. A questão, na minha opinião - que até deveria ser
transformada em tributo -, seria colocar um dispositivo sem o que não se
poderia proceder de forma diferente, que seria: a CPMF será levada
exclusivamente para a Saúde. É essa a questão que eu vejo, Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores.
Por que nós tivemos grandes avanços na educação?
Porque este País teve grandes avanços na questão educacional, porque se
estabeleceu, na Constituição, um percentual aplicável nos Municípios, nos
Estados e na União para investir na Educação. Então, o que temos de fazer, qual
movimento temos de fazer? O ideal, claro, seria que ninguém pagasse tributos,
ninguém pagasse imposto. Isso é algo insustentável. O imposto bem administrado,
vamos colocar assim, é fundamental para a sociedade, não com uma sobrecarga e
muito menos com o desvio do imposto para outras finalidades e até para a
corrupção. É isso o que a sociedade não quer. Agora, o imposto, o tributo bem
endereçado para atender as necessidades básicas da população é fundamental.
Disso eu não tenho dúvida. O povo, a massa, gosta e aplaude isso. Talvez
determinados setores do capital não gostem. O povo é o destinatário do Estado,
em última análise, o povo é o destinatário do serviço público, e não se faz
serviço público, não se faz segurança, não se faz saúde, não se faz nada sem
recurso. O recurso não cai do céu como o Maná caiu, evidentemente que não.
Então, essa questão do imposto, a discussão sobre o imposto é uma coisa muito
séria. Portanto, nós precisamos exatamente fazer um grande movimento aqui na
Câmara Municipal para que a CPMF seja endereçada diretamente para a Saúde, num
conceito de Saúde. Claro que saúde é tudo! Infra-estrutura, enfim, segurança,
etc, é tudo Saúde. Mas nós precisaríamos, Ver. Dr. Goulart, Ver. Claudio
Sebenelo e Ver. Dr. Raul, definir o que é Saúde, pois não se pode ter esse
conceito largo, abrangente, mas, sim, um conceito de Saúde médico-hospitalar,
não pode haver coisas do tipo: põe dinheiro aqui, põe dinheiro acolá, porque
tudo é Saúde: casa é Saúde, transporte é Saúde, segurança é Saúde,
abastecimento, tudo é Saúde. Mas nós precisaríamos reduzir o conceito de Saúde
para pegar essa massa de dinheiro e cuidar da nossa população, dar saúde à
nossa população! Porque a Saúde custa muito caro! Uma massa de trabalhadores
sem Saúde custa muito caro. Então, nós temos que investir na prevenção.
Obrigado, Srª Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª
Presidente, eu queria apenas fazer uma solicitação: eu via a Casa, nos anos
anteriores, sempre reclamar que, quando vinha um Projeto do Executivo - o
Projeto que hoje está em 1ª Sessão de Pauta, o PLCE nº 009/07 -, sempre tinha
de ter o Processo que originou o Projeto de Lei. Eu procurei ver, e não tem
esse processo. Eu gostaria que fosse solicitado ao Executivo que encaminhasse o
Projeto para que nós pudéssemos analisá-lo. Já que nós não temos a Liderança do
Governo presente, e não há mais um representante do Prefeito no Plenário, então
eu pediria à Mesa que fizesse essa solicitação.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Diretoria
Legislativa me informa, Ver. João Antonio Dib, que faltam anexos ao Processo, o
que já está sendo providenciado, e o Executivo já está nos enviando.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nós temos um aniversário, uma data que
marca Porto Alegre: nós temos os mil dias do Governo Fogaça, precisamente nesta
semana. Infelizmente, Ver. Brasinha, eu acho que a data não merece nenhuma
comemoração. Eu acredito que é vergonhoso - esta é a palavra -, absolutamente
vergonhoso; eu me sinto, pelo menos, envergonhada, quando vejo o Secretário, o
Vice-Prefeito, Eliseu Santos, uma pessoa que eu respeito, “de pires na mão”,
pedindo doações para a Secretaria Municipal da Saúde. E assim eles pressentem
o caos, um caos na própria gestão. Ele pegou essa gestão de outro
Secretário, mas na gestão Fogaça, que é uma Prefeitura só. Sem dizer jamais que
o Rio Grande do Sul deve 32 milhões à Prefeitura de Porto Alegre. Eu nunca ouvi
essa denúncia, Ver. Guilherme, da base governista, eu nunca ouvi de ninguém do
Governo, nem como queixa; ao contrário, fazem questão absoluta de esconder uma
dívida, que não é uma dívida de compadre, é uma dívida pública, de dinheiro
público, e quem mais sofre com isso são os pobres da nossa Cidade. E eu quero
usar uma expressão do Ver. Luiz Braz: “Essa dívida se constitui num verdadeiro
crime contra a Saúde Pública”. Afora isso, Ver. João Antonio Dib, nós vemos uma
crise, quase uma epidemia de rubéola na nossa Cidade. Os PSFs, que
aparentemente resolveram o seu problema, contratando o Instituto Sollus... Na
verdade há um grande atraso nesse processo de seleção, deixando ainda,
infelizmente, muitas pessoas sem atendimento. Só falta o Ver. Ismael Heinen
dizer que isso é culpa do Governo Lula.
Nós
tivemos aqui o comparecimento, na semana anterior, do Secretário Beto Moesch,
que demonstrou seu magnífico trabalho, e disse que o Plano Diretor é nefasto
para a cidade de Porto Alegre. Eu acredito que esta Casa, que aprovou o Plano
Diretor, cometeu alguns equívocos, isso é normal, a gente sempre pode se
equivocar, e o Plano Diretor veio para essa revisão, mas ele falou com muita
certeza, sem nenhuma humildade, a palavra “nefasto”. Agora, nós recebemos a
informação, que somente a cidade de São Paulo vence em poluição do ar de Porto
Alegre. Como é que vai a gestão ambiental na nossa Cidade?
Queria
falar também que para um Governo que dizia que manteria o que estava bom, que
iria aperfeiçoar o que estava ruim - e sempre há muito o que fazer. Nós vemos
uma Cidade, nos mil dias, cada vez mais insegura, cada vez mais suja, alagada.
O que aconteceu - e eu peço que as câmeras filmem aqui (Mostra fotografia.) -
na vila Nova Gleba, neste final de semana, foi um desgoverno, uma falta de
serviço. Por favor, dá para filmar aqui? Foi um desserviço à Cidade, porque não é
limpo o arroio Feijó desde 2001, e aconteceu aquele alagamento que há muitos
anos não acontecia.
É uma Cidade às escuras, esburacada, trancada. Os
PPs e PIs da Verª Maria Luíza, que devem somar mais de mil, atestam, são o
símbolo do desgoverno, pois uma Vereadora que é da base do Governo tem mais de
1.500, eu imagino, Pedidos de Informações e Pedidos de Providências ao seu
Governo, e poderia trabalhar isso pelo telefone, porque trata-se apenas de
serviço, o que seria obrigação do tal Governo. Então, é uma gestão sem gosto,
sem vontade política.
Entre 11 cidades que disputavam uma escola técnica federal, Porto Alegre ficou em sétimo lugar, perdendo para São Borja, perdendo para Erechim, perdendo para Bagé, para cidades do interior do Estado, cujos Prefeitos colocaram à disposição toda a estrutura da Prefeitura para que as escolas chegassem lá.
Enfim, eu não quero perder a esperança, e quero dizer que, junto com a primavera, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu fico muito feliz, quando eu vejo notícias nos jornais que dizem respeito ao Governo Lula e que devem levar o Ver. Ismael ao desespero. Aliás, quero perguntar ao Ver. Ismael: por que é que o Deputado Onyx Lorenzoni não estava lá, na hora da votação da CPMF, que o senhor tanto combate? Ele representa o seu Partido!
Então, eu leio estas notícias (Lê.): “Desemprego tem a maior queda em dez anos e renda sobe; trabalho infantil recua; população do País está envelhecendo [Que bom, não é? Cada vez nós temos mais velhos, estamos vivendo mais.]; acessos ao telefone e à Internet sobem; número de estudantes em cursos superiores cresce 14%”. O Governo Lula é um bom exemplo para o Governo Municipal de Porto Alegre e para o Governo do Estado, pois consegue trabalhar e atingir todo o Brasil nesse sentido. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Verª Margarete Moraes.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, é muito fácil para aqueles que querem ostentar. Por exemplo: o uso do
telefone pelo brasileiro aumentou! Mas quando a telefônica estava falida, foi
privatizada e se distribuíram telefones para todos, o Partido dos Trabalhadores
era contra.
A
Verª Margarete diz que não cobram do Governo Estadual! É cobrado todos os dias
pelo Sr. Prefeito; é cobrado, sim, Vereadora. É cobrado! E, principalmente,
Verª Margarete, dê uma cobradinha no seu Presidente para que ele de vez em
quando fale em Orçamento Participativo. Ele nunca usou essa expressão, que é o
símbolo do Partido dos Trabalhadores, desde que está lá. Então, ele também está
traindo o seu Partido!
E
com relação à questão da CPMF, Ver. Heinen, em matéria de dinheiro, meu caro -
muito obrigado pela visita de sempre - e competente Ivo Fortes, o que serve
para pagar precatórios? Sim! O precatório da União é pago com a CPMF! O que
paga o Bolsa Família? O famigerado e eleitoreiro Bolsa Família, que está
surpreendendo a Nação sob todos os pontos de vista? É pago com a CPMF! Então,
vamos aprovar a CPMF, sim, com uma condição: que vá para a Saúde. Mas não
confunda Saúde com saneamento básico, com água, que isso é do Ministério das
Cidades e não do Ministério da Saúde.
A
prevenção, a promoção da Saúde, a assistência médico-hospitalar, e a saúde como
um todo da área do Ministério da Saúde tem que ser através da CPMF, sem nenhum
tostão de desvios. É essa a questão de que se fala.
Então,
Ver. Heinen, quando se sabe que a CPMF serve para tudo, e que o rombo no
Orçamento da União é de seis bilhões de reais neste exercício, dito pelo
Ministro Temporão, que é do quadro de Ministros do Sr. Lula, reclamando do
corte, aí, então, está a explicação por que os Estados não recebem e por que
não devolvem aos Municípios. Essa é a explicação maior que ninguém quer dizer
aqui. Então, fica muito fácil dar a esmola e atirar na latinha, como fazia o
fariseu na Bíblia. Fica muito fácil dar cesta básica para o campeão do
populismo demagógico da história deste País. Coitado, ele está até meio
quebrando a cara, porque, agora, parece que o Chávez está brigado com ele, e
aquele puxa-saquismo famoso de certas atitudes fez com que hoje haja uma
ruptura nas relações. Toda a imprensa internacional está publicando isso agora.
É
este mesmo Presidente que tem feito a felicidade de certos setores da Nação,
inclusive dos bancos, que nunca faturaram tanto na vida - recorde mundial de
todos os anos na história desta República! O faturamento dos bancos brasileiros
e estrangeiros, que vivem aqui um clima de felicidade fantástica, bolhas de
felicidade social dos banqueiros. Isso é recorde histórico! É este o Presidente
incensado, é esse o Presidente matriz da ignorância nacional. Inclusive, quando
as pessoas começam a falar em transporte, lembram-se do Lula, do Partido dos
Trabalhadores, com o caos na área do transporte aéreo. Quando se fala em
corrupção, lembram-se do Lula, esse mesmo que ficou envolvido, ao lado da sua
sala, com os 40 que agora estão sendo processados pelo Supremo Tribunal
Federal. Pois este é o líder, o elogiado, aquele que, mesmo traindo, mesmo se
esquecendo, pois nunca o ouvi falar na expressão Orçamento Participativo. Peçam
a ele que fale, para corrigir o seu esquecimento, no Programa da Participação
Popular, que se faz de uma outra forma, se faz como há 50 anos, quando existia
o populismo no mundo, quando o populismo demagógico vingava neste mundo. Pois é
isso, exatamente, o que fazem aqueles que vão para o templo e atiram as
moedinhas dentro da latinha para fazer barulho; é mais ou menos por aí.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti):
Obrigada, Ver. Claudio
Sebenelo.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL: Exma Verª Maristela Meneghetti, na
presidência dos trabalhos, Vereadores, Vereadoras, pessoas que nos assistem
pela TVCâmara, eu venho neste
momento de Liderança, manifestar-me, em primeiro lugar, sobre uma coisa boa que
aconteceu hoje: houve uma liberação, pelo Ministério da Saúde, de um bilhão e
200 mil reais para o Sistema Único de Saúde. Só que essa liberação ocorreu,
casualmente, no momento em que está sendo votada a CPMF, ou seja, aquela
contribuição que, se fosse totalmente direcionada para a Saúde, totalizaria 38
bilhões de reais, e não apenas um bilhão e 200 mil reais. Eu digo isso para que
nós tenhamos uma idéia do que poderia ser feito se o dinheiro previsto para a
CPMF fosse realmente para o setor da Saúde. Se com esse um bilhão e 200 mil
reais será possível a concessão de reajuste para algumas ações do SUS - enfim,
será dado um remédio paliativo, vamos dizer assim -, imaginem o que nós não
faríamos neste País se, realmente, a CPMF fosse direcionada para onde deveria,
como foi imaginado pelo então Ministro Adib Jatene.
Nós,
que trabalhamos com medicina preventiva, não podemos deixar de nos manifestar,
bem como não podemos deixar de dizer que esta Câmara de Vereadores também teve
um momento de muita atividade, de muito trabalho, quando houve a greve, ou
praticamente uma greve, ou a falta de trabalho, vamos dizer assim, que foi
imposta, não pelos trabalhadores, mas, sim, pela própria Prefeitura Municipal,
quando houve a demissão dos funcionários dos PSFs, e a contratação da Sollus no
lugar da FAURGS.
Hoje,
passou-se por todo aquele processo, e, enquanto Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, também tivemos uma ação forte nesse sentido. Acreditamos que tivemos
uma boa participação na retomada dos PSFs, colocando, realmente, a sua
necessidade para a cidade de Porto Alegre; a necessidade da sua ampliação, da
sua qualificação, enfim, de que a saúde preventiva para essas mais de 300 mil
pessoas, que estavam sem esse serviço, agora está sendo retomada. Amanhã,
inclusive, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa visitará os PSFs da
região do Partenon para que nós vejamos, in loco, como é que está essa
situação.
Também
teremos ações importantes durante a semana que vem, e nesta semana, uma delas é
em relação à ampliação do Aeroporto Salgado Filho. Foi formado um grupo de
trabalho em função da audiência pública que aqui foi feita e temos avançado
nesse sentido. Temos a informação da ANAC de que foi apresentado um novo
projeto pela Infraero, e que esse novo projeto está sendo analisado em
Brasília. Então, estamos solicitando que venha a Infraero até esse grupo de
trabalho para apresentar novamente esse projeto que agora está para ser
avaliado em Brasília.
Sabemos
também da liberação dos recursos pelo PAC no sentido de que aquelas famílias
que estão ali na cabeceira da pista, já há alguns anos, possam realmente ter
uma vida melhor, enfim, ter as suas moradias colocadas num local adequado.
Também
gostaria de me referir a um outro assunto importante, que é a saúde mental.
Realmente, a saúde mental vai voltar ao debate aqui na Câmara, no dia 2 agora,
na Audiência Pública do Hospital São Pedro, sobre o que vai ser feito com a
área do Hospital São Pedro. Ficou combinado, na última audiência da Comissão de
Saúde, que seria feita uma audiência maior, aqui no plenário, e essa audiência
vai ser feita agora, no dia 2, às 14h30min, com a participação de todos os
interessados.
Em relação ao que vem se verificando na questão do meio ambiente, no Jardim dos Coqueiros, eu gostaria de fazer uma manifestação no sentido do desconforto que os alagamentos estão causando para a população, em função daquele condomínio que está sendo lá instalado e daquele grande muro que foi colocado, separando a Rua Jardim Vitória do condomínio. Quando chove, ficam grandes alagamentos no local; isso é inconcebível para a população que mora ali, que já é tão pobre e desfavorecida.
Então, gostaria de convidar a todos para essa audiência pública, no dia 2 de outubro, às 14h30min, sobre o Hospital São Pedro. Muito obrigado, e saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Dr. Raul.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª
Presidenta, eu peço licença aos meus Pares na Câmara para fazermos um minuto de
silêncio. Talvez um minuto de aplausos fosse a coisa mais linda, porque ele foi
um dos grandes fenômenos que apareceram no futebol gaúcho, e que foi campeão
Pan-americano em 1956. Chamava-se Nilton Coelho da Costa, o Bodinho.
Pernambucano que veio para cá, e, com o Larry, fez uma das mais inesquecíveis
tabelinhas que encantou várias gerações de futebolistas. Faleceu e foi
enterrado ontem. Eu pediria a esta Casa um minuto de silêncio pela morte desse
fantástico atleta e cidadão maravilhoso, que foi Nilton Coelho da Costa.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; eu já
estou cansado de ouvir falar dos 30 milhões que o Estado deve para a
Prefeitura, em matéria de repasse para a Saúde. Na verdade, todos sabem que
isso aconteceu, e criticam o Prefeito José Fogaça por não cobrar os 30 milhões.
O Prefeito José Fogaça é mais um que está na fila dos que devem receber
precatórios. O Estado não está pagando precatórios, e não está pagando porque
não tem recursos. Agora, é bom entender que a pagar esses 30 milhões de reais a
Justiça condenou o Sr. Olívio Dutra e o Sr. Germano Rigotto; não só um, não só
o outro; ambos. Então, eu acho que não vale mais a pena cobrar os 30 milhões. O
Prefeito sabe que não adianta ir lá cobrar se o Governo do Estado não está
conseguindo pagar os salários. Acho que o Prefeito está correto; não adianta
cobrar! Ele vai se frustrar: ele cobra, são capazes de prometer para ele, e ele
não vai receber.
O
Dr. Adib Jatene, quando ouve falar em CPMF, deve se sentir muito mal. Um homem
sério, responsável, um profissional da mais alta competência e distinção joga o
seu nome para que uma Contribuição seja aprovada para resolver problemas da
Saúde, e esse dinheiro não é usado para a Saúde! E deve estar muito mais
aborrecido quando ouve falar em CPMF, sabendo que ela serve para corromper o já
corrompido Congresso Nacional - é mais uma forma de corrupção. O Sr. Presidente
da Câmara Federal está propondo seis Sessões Extraordinárias para correr Pauta
para fazer votação com interstício de seis sessões. Eu não sei se a
Constituição diz que as seis sessões devem ser Ordinárias ou se podem ser
Extraordinárias, mas, lá no Congresso Nacional vale, não há problema nenhum!
Ele é capaz de reunir os Deputados que não comparecem para fazer a votação da
Reforma Tributária ou para fazer a votação da Reforma Política. Será que nós
não precisamos de Reforma Tributária? Será que todos os Prefeitos têm de “andar
de pires na mão”, pedindo recursos? Acho que há um equívoco muito grande no
Congresso Nacional. É por isso que o Senador Pedro Simon diz que alterações no
Congresso, melhorias no Congresso, só podem acontecer se vierem de fora para
dentro; lá no Congresso não vai acontecer nada; vão continuar protegendo os
“renans calheiros”, os “josés sarneys”, as “roseanas sarneys”. O Romero Jucá, o
Mercadante - para tristeza minha, eu achava que ele era um grande Senador -, a
Senadora Ideli Salvatti, eles defenderam o Renan Calheiros. Então, realmente,
nós não vamos ter solução. Eu acho que não adianta fazer discursos e mais
discursos, cobranças e mais cobranças.
Tenho o Sr. Arno Augustin na conta de um homem
sério, um profissional competente e honrado, e o continuo tendo. Mas foi ele
quem fez o levantamento da dívida da União para com o Estado em relação às
obras efetuadas em estradas federais, e foi lá cobrar. Aí ele achava que era
certo. Agora cabe a ele decidir sobre um estudo, que ele mesmo fez para cobrar,
e ele diz que não.
Aí tem gente que está braba com o Secretário da
Fazenda do Estado, Dr. Aod Cunha, porque ele chegou lá e disse: “Chega de
conversa: é sim ou não. Nada de frustração. Já me diz se eu tenho chance ou não
tenho chance”. Então ele disse que não; aquele que fez o estudo disse que, se
ele desse para o Rio Grande do Sul, outros Estados iam cobrar também, então ele
não iria dar. Mas foi ele quem fez o estudo! Quando é que ele estava certo?
Quando fez o estudo, ou ele está certo agora?
Então, não adianta fazer discurso. Os 30 milhões da
Saúde são a mesma coisa. O Dr. Olívio ficou devendo, o Dr. Germano Rigotto
ficou devendo, e a Drª Yeda não pode pagar! É sabido que não há recursos; e não
há mesmo! Qual é o dirigente que não vai pagar aos servidores? Quando ele deixa
de pagar os servidores, ele está chegando a um ponto muito difícil. A
Prefeitura já viveu momentos desses. Na Administração Leonel Brizola, na
Prefeitura, os salários atrasaram quatro meses, e depois foram acertados.
Porque a primeira preocupação do Dr. Loureiro foi acertar os servidores, em
seguida os fornecedores, e, quando ele conseguiu fazer isso, foi fazer obras
pela Cidade.
Portanto, eu acho que nenhum Governador deixaria de
pagar o salário de seus servidores, na íntegra, se tivesse recursos. Então, não
adianta cobrar os 30 milhões, e não adianta ficar pensando: “Ah, se eu tivesse
os 30 milhões eu faria tais e tais obras, eu compraria tais e tais remédios”.
Não, eu não tenho os 30 milhões e não os terei tão cedo. Então vamos trabalhar
para superar as necessidades sem os 30 milhões. Isso é o que precisa ser feito.
Não adianta aqui repetir todas as semanas que o Prefeito não vai buscar os 30
milhões. Não adianta ele buscar! E ele é um homem inteligente. Não vai perder
tempo e não vai se frustrar todas as vezes que for lá cobrar. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Minha cara
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, a minha saudação.
Queria agradecer ao meu Líder de Bancada, Ver.
Nereu, que me cedeu o tempo de Liderança para falar em nome da nossa Bancada,
PDT, composta por este Vereador e pelos Vereadores: Neuza Canabarro, Mario
Fraga e Márcio Bins Ely.
Em primeiro lugar, gostaria de comentar que no
último domingo encerraram-se os quatro dias do Fórum Católico na PUC. Quando da
abertura desse evento, Dom Dadeus registrou, com muita ênfase e alegria, a
presença das diversas autoridades que lá estiveram, tais como a Governadora, os
Senadores Pedro Simon e Paim; o José Fogaça, Prefeito Municipal; a Verª Maria
Celeste, Presidenta desta Câmara, assim como vários Vereadores desta Casa; a
Ângela Baldino, Secretária de Turismo; o Deputado Vieira da Cunha, dentre
tantos outros Deputados - enfim, diversas autoridades.
O Fórum foi excelente, e tinha como frase-chave o
chamamento: “Nossa terra, nossas raízes e nossa fé”. Conforme noticiou o jornal
Correio do Povo de hoje, os organizadores do evento contabilizaram entre 90 a
100 mil pessoas no Fórum. Isso foi importante. Aquele foi um momento de muita
reflexão: a Igreja abrindo, de forma ampla, uma discussão sobre a sociedade em
que vivemos, sobre o mundo em que vivemos hoje, dando uma esperança à
população, porque as pessoas hoje estão
desesperançosas frente a tudo que está acontecendo em nosso País. Foi um
momento rico em reflexão.
A
cultura afro foi amplamente discutida, assim como o problema dos índios, que
estavam presentes e fizeram, no momento da pregação, as suas apresentações;
foram momentos ricos. Milhares de pessoas que estiveram presentes tiveram a
oportunidade de refletir, de uma forma muito profunda, a história da religião
afro, a história dos índios, enfim, a história deste País.
Chamou
a atenção deste Vereador, como a de todos os presentes, a participação de
milhares de jovens. Foram montadas mais de cem oficinas onde foram discutidos
temas como o que representa a mulher na sociedade atual que, muitas vezes, se
sente escravizada.
Houve
também a discussão sobre a história dos imigrantes deste País, que muitas vezes
entra no esquecimento da sociedade; assuntos em relação aos idosos que, muitas
vezes, são esquecidos em asilos - fato que podemos comprovar quando visitamos
esses locais e que nos deixam chocados!
Portanto,
quero aqui parabenizar - e peço licença para falar em nome dos 36 Vereadores
desta Câmara - a CNBB e toda a equipe que organizou esse evento. Acho que valeu
a pena a presença daquelas mais de cem mil pessoas nesses quatro dias de Fórum;
dias que foram extremamente gratificantes, porque muitas questões foram
levantadas e muito se aprendeu.
Aproveito
a oportunidade para falar, mais uma vez, sobre a eleição que ocorrerá, no
próximo domingo, para escolha dos Conselheiros Tutelares. O voto não é
obrigatório, mas são eleições muito importantes, porque vão escolher as pessoas
que trabalharão diretamente com os nossos jovens. Temos centenas de pessoas
preparadas, com uma história de trabalho junto aos nossos jovens. Portanto,
vamos-nos empenhar, perder alguns minutos, e escolher as pessoas certas. Vamos
falar com nossos irmãos, filhos, amigos para que possamos, no domingo, votar e
escolher as pessoas que, de fato, representam um trabalho sério junto aos
nossos jovens. Quem ganha com isso somos nós, a nossa sociedade, o nosso povo.
Faço este apelo, e tenho certeza de que outros Vereadores, no decorrer desta
semana, também falarão aqui desta tribuna sobre a importância dessas eleições
de domingo para escolha dos Conselheiros e Conselheiras Tutelares. Muito
obrigado, minha cara Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos
à
Solicito
às Lideranças que se aproximem da Mesa. Suspendo os trabalhos para que haja
acordo entre as Lideranças.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 16h53min): Estão reabertos os trabalhos da presente
Sessão.
Em
votação o acordo de Liderança para a priorização de ordem dos trabalhos de
hoje. Em primeiro lugar, o bloco dos Requerimentos de números: 114/07, 115/07 e
116/07; em segundo, o Projeto de Resolução nº 063/07, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, e o PLE nº 015/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 114/07 – (Proc. Nº 6892/07 – Ver. João Carlos Nedel) – requer que o período de Comunicações, no dia 04 de outubro de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso da Semana Municipal e Nacional de Ciência e Tecnologia. (incluído em 19-09-07)
REQ. Nº 115/07 – (Proc. Nº 6987/07 – Ver. Newton Braga Rosa) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 30 de outubro de 2007, às 17 horas, destinada a assinalar o transcurso do 80º aniversário da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL. (incluído em 24-09-07)
REQ. Nº 116/07 – (Proc. Nº 7040/07 – Ver. João Carlos Nedel) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 30 de outubro de 2007, às 19 horas, destinada a assinalar o transcurso do 80º aniversário do Hospital Moinhos de Vento. (incluído em 24-09-07)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação o bloco dos Requerimentos 114/07, 115/07 e 116/07. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4011/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 063/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio
Mérito Sindical ao Sindicato dos Corretores de Seguros, de Empresas Corretoras
de Seguros, de Capitalização, de Previdência Privada no Estado do Rio Grande do
Sul – SINCOR-RS.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 24-09-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o Projeto de Resolução nº 063/07. (Pausa.) Não há quem queria
discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 4472/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/07,
que cria a Secretaria Municipal de Turismo – SMTUR – na Prefeitura Municipal de
Porto Alegre – PMPA, extingue o Gabinete de Turismo – GTUR – do Gabinete do
Prefeito – GP, e revoga o art. 1º da Lei nº 9.735, de 11 de maio de 2005, e dá
outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Mario Fraga: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 24-09-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLE nº 015/07. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir o PLE nº 015/07.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; senhoras Vereadoras, senhores Vereadores,
aquele milionário americano foi procurar um guru indiano que resolvia todos os
problemas. O milionário cada vez tinha mais dinheiro, mas suas atividades eram
cada vez mais complicadas, mais conturbadas, e ele vivia estressado. Então, ele
foi até o guru indiano para saber o que tinha que fazer. O guru atendia duas
centenas de pessoas naquele dia, e o milionário resolveu ficar para o final
para ser atendido. No final, foi falar com o guru e colocar o problema dele, e
disse: “Posso fazer uma pergunta antes?” O guru respondeu: “Pode, sim senhor”. “Parece
que o senhor disse para todos a mesma coisa, e todos saíram satisfeitos; o que
o senhor disse?” “Eu disse para todos a mesma coisa: simplifica, meu filho,
simplifica!”
A Administração Municipal não está simplificando,
está ampliando a área de trabalho, acho que não é uma coisa boa.
Não tenho nada contra a Secretaria Municipal de
Turismo, tenho tudo contra a criação de uma secretaria por força do art. 81 da
Lei Orgânica, isto é, sem Parecer; não tem sentido! Não tenho nada contra, cada
um administra da maneira que entender melhor. Já temos muitas secretarias,
muitos secretários, o dinheiro, para os cargos que são criados, se fosse
empregado no turismo, também reverteria em benefício, em frutos.
De qualquer forma, é uma opção do Prefeito, não
posso contrariá-lo, mas se esse dinheiro fosse usado - o dos cargos criados -
em publicidade, em promoção da cidade de Porto Alegre - porque no turismo a
gente não gasta, a gente investe, pois volta muito mais do que sai -, acho que
estaríamos melhor. Eu diria que o guru indiano estava certo: “Simplifica meu
filho, simplifica!” Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 015/07.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, sobre este tema que
estamos tratando hoje, na primeira discussão geral, que é a criação da
Secretaria Municipal de Turismo, temos que fazer uma reflexão sobre a
importância que isso tem, porque hoje é o tema que mais gera economia e renda
no mundo, é a chamada “indústria sem chaminés”.
Nós, aqui no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre,
temos um potencial fantástico com o turismo. Verª Margarete Moraes, nós estamos
saindo da Semana Farroupilha. Ver. Bernardino, V. Exª traz sempre este tema
para o debate sobre a cultura do gaúcho, com a qual nós vivemos e convivemos
todo o ano, e que tem este evento fantástico que é o Acampamento Farroupilha.
Nós precisamos fazer com que esses temas sejam temas do Município, sejam temas
da Cidade, sejam temas de um turismo integrado, de um turismo que tenha o
potencial e não fazermos eventos, o evento “a” com o evento “b”, que não se
comunica com o evento “c”. Portanto, esses potenciais que Porto Alegre tem, se
nós pegarmos e derivar o tema da cultura do gaúcho - e nós temos toda a revisão
do próprio Plano Diretor que vamos fazer - em que temos que continuar afirmando
esse espaço no território.
O Ver. João Antonio Dib é um que debate muito,
aqui, a questão da sinalização da Cidade. Bom, para nós termos uma Secretaria
de Turismo, a Secretaria
Municipal de Transporte, a SMT, tem que estar respondendo a uma política dessas
para afirmar a sinalização no Município. Ver. Luiz Braz, às pessoas que
ingressam aqui. Porto Alegre serve de cidade dormitório e de cidade de passagem
para o turismo de verão, principalmente para os nossos companheiros, para os
hermanos uruguaios e argentinos. Ela tem que deixar de ser uma cidade
dormitório e uma cidade de passagem; ela pode ser uma cidade de atração desse
turismo de passagem e atração para a sua vida interna, seja pelo comércio, seja
pelas atividades culturais, seja pelas atividades de atração de pontos
turísticos.
Eu
pergunto se em Porto Alegre, hoje, nós temos uma unidade aqui, Ver. Haroldo, de
quais são os pontos turísticos de atração da Cidade, se há um roteiro
predeterminado para as pessoas que ingressem em Porto Alegre poderem receber
isso e se orientar? Eu creio que todos esses temas que temos levantado como
potenciais dessa “indústria sem chaminé”, que é o turismo, merecem essa atenção
sob o ponto de vista aqui do Legislativo, de nós construirmos a melhor política
para que essa temática se torne uma realidade.
Nós,
Ver. Newton Braga Rosa, fomos representando esta Casa, este Vereador, junto com
o Ver. Newton, criamos um comitê de Porto Alegre, que transcendeu as barreiras,
ou as fronteiras do Município, para atrairmos para Porto Alegre a maior feira
da Tecnologia da Informação e da Comunicação do mundo. Bom, isso tem que estar
inserido numa política de turismo do Município, que atraia o que nós hoje
chamamos de turismo. A Alemanha faz o seu turismo prioritariamente em cima de
feiras, de grandes feiras. Esse potencial que nós temos, da Tecnologia da
Informação e da Comunicação, é um grande atrativo, assim como é hoje, Ver.
Sebenelo, o pólo da Medicina em Porto Alegre, que também tem um turismo
temático, que se constrói e se constitui em cima de muitos temas, através das
conferências, através dos eventos e das atividades.
Portanto,
o tema do turismo como um tema que alavanca a economia, que afirma a cultura
nos seus diversos espaços sociais, Ver. Todeschini, sejam eles lá na zona rural
que nós temos, com o trabalho da Emater - que tem que ser valorizado -, com o
trabalho dos sindicatos, com os caminhos rurais que existem, um trabalho que
iniciamos com muita ênfase, tudo isso tem que estar sincronizado dentro de uma
dinâmica do Município, visando a uma sustentação comunitária e ao
desenvolvimento econômico. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLE nº 015/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, estamos discutindo mais um Projeto de Lei que trata do aprimoramento
das estruturas públicas da nossa Cidade. Tivemos, no início da tarde de hoje, a
presença da Coordenadora do Escritório de Turismo de Porto Alegre, Angela
Baldino, que relatou a necessidade do aprimoramento de uma estrutura pública em
nível municipal com status suficiente para que nós pudéssemos, de uma
forma mais integrada e mais agilizada, implantar as políticas públicas de
turismo na nossa Cidade.
Todos
nós sabemos que esse debate da criação da Secretaria de Turismo é antigo, é um
debate que se estabelecia ainda no Governo anterior, e o nosso Governo, nesse
processo, realizou um amplo trabalho de consulta aos setores econômicos
envolvidos com a produção turística do nosso Município, o que culminou com a
proposta desse tipo de estrutura que é uma Secretaria Municipal de Turismo.
Anteriormente,
nós tivemos a oportunidade de assistir à apresentação do plano de turismo
construído pela Prefeitura de Porto Alegre, pelas diversas entidades e
instituições representantes dos diversos segmentos do turismo da nossa Cidade,
e, juntos, a sociedade que trabalha com essa área e os representantes da
Prefeitura, fizeram conosco um debate, para que nos apropriássemos
da proposta de trabalho da política pública que está sendo construída em Porto
Alegre para a área de turismo. Agora avançamos um pouco mais na construção da
estrutura que vem exatamente garantir com mais eficácia e eficiência uma
política de planejamento para a garantia do incremento das operações turísticas
de nossa Cidade, na efetivação do controle das políticas públicas que dizem
respeito ao turismo no nosso Município.
Nós, Vereadores, sabemos que inclusive o art. 140
da Lei Orgânica do Município determina a construção dessa estrutura. Portanto,
estamos dando um passo importante na efetivação dos instrumentos legais e
institucionais que vão permitir a Porto Alegre um desenvolvimento das suas
políticas de turismo, quer seja do turismo rural, do turismo urbano e dos
diversos setores que hoje se desenvolvem.
Todos nós sabemos que Porto Alegre é composta por
uma mão-de-obra muito qualificada; temos um capital humano e um capital social
extremamente qualificados, o que nos credencia ao turismo de negócios. Temos,
em Porto Alegre, a beleza natural do Guaíba e do Delta. Temos a possibilidade
de avanço cada vez maior do turismo de saúde, tendo em vista o centro de
excelência que temos na área de saúde da nossa Cidade.
Comemoraremos, na próxima quinta-feira, o Dia
Internacional do Turismo. Achávamos estarmos absolutamente prontos para votar
este Projeto de Lei, hoje, mas, considerando que alguns Vereadores ainda
preferiam debater um pouco mais o Projeto, em decisão conjunta com a Secretária
Ângela, decidimos fazer o adiamento por uma Sessão, para que possamos, enfim,
quarta-feira, votar de forma unânime, porque achamos importante que a
Secretaria de Turismo, que tem um significado tão importante para a nossa
Cidade, seja criada por unanimidade. Então, aceitamos o adiamento por uma
Sessão, e continuaremos discutindo esta questão na data de hoje, tirando todas as
dúvidas, aprimorando o debate. Estamos confiantes de que, na próxima
quarta-feira, enfim, Porto Alegre cresça do ponto de vista da estrutura legal e
institucional na busca do crescimento do turismo em nosso Município.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ismael
Heinen está com a palavra para discutir o PLE nº 015/07.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta da nossa Casa, quero também ter a honra de cumprimentar a nossa
ex-colega Manuela d’Ávila, Deputada Federal, com muito orgulho para nós, com
sucesso continuado lá; nobres Vereadores e nobres Vereadoras, este é o Projeto
que estava faltando, realmente, na nossa Cidade. Quando aqui chegamos e quando
assumimos como Vereador desta Casa, nos primeiros pronunciamentos, nós
questionamos, incrédulos, que uma cidade como Porto Alegre não tinha uma
Secretaria de Turismo, com essa potencialidade que Porto Alegre tem para
desenvolver um turismo autêntico, e não tínhamos uma Secretaria. Hoje estamos
discutindo um Projeto, que tenho certeza é de todos os Partidos desta Casa, que
vem do Executivo, merece a nossa discussão, a nossa apreciação, e, tenho
certeza, terá a aprovação unânime. Pois, o turismo, no nosso entendimento, não
traz apenas uma estrutura de turismo, de hotel; o turismo nos traz um
desenvolvimento bem mais abrangente que a Capital do Estado do Rio Grande do
Sul não poderia deixar de ter. O Turismo nos traz uma cidade mais limpa, o
turismo nos traz uma cidade mais vistosa, uma cidade mais saudável, uma cidade
com mais cultura, uma cidade com mais renda, uma cidade mais segura, com menos
violência; em suma, uma cidade mais cuidada, cuidada com amor.
Então, eu acho que a nossa Legislatura está de
parabéns. O Prefeito está de parabéns em assumir esse compromisso de uma
Secretaria que trace um plano definitivo de turismo nesta Cidade. Nós
apresentamos três Projetos nessa área, dois foram aprovados por esta Casa, e
outro está tramitando.
Quero parabenizar a nossa futura Secretária do
Turismo, Dra. Angela, por ter conseguido transformar isso em realidade. Na
primeira entrevista que tive com ela, reportamo-nos à necessidade de termos uma
política voltada seriamente para a nossa Cidade e, principalmente, uma
Secretaria abrangente que tomasse conta definitivamente desse bem-estar em
nossa Cidade. Nós aprovamos aqui, por unanimidade, um Projeto de suma
importância para a nossa Capital, mas circunstâncias fizeram com que o Prefeito
o vetasse, a cidade gaúcha que representaria essa cultura mundial na capital do
seu nascedouro... E, quando eu falei com o Secretário da Cultura da Bahia, o
Secretário Benito Gama, trocamos idéias, e ele simplesmente comentou comigo,
dizendo: “Quiséramos nós, na Bahia, ter uma cultura como tem o Rio Grande do
Sul e como Porto Alegre tem, e se ela fizer esse projeto que é um turismo de 24
horas/dia, 365 dias/ano, isso nós na Bahia não temos. Nós temos três meses de
um turismo forte, e depois o Poder Público tem que fazer eventos para manter o
turismo no restante dos nove meses”. E a cidade gaúcha, a cultura
tradicionalista nos dá um desenvolvimento turístico permanente todos os dias do
ano. Então, somos favoráveis; respiramos aliviados, porque essa era também uma
proposta nossa, uma aspiração nossa para que a nossa Cidade pudesse crescer em
cultura, em renda, e em mais emprego também.
Muito obrigado, são essas as nossas considerações.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 015/07.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta,
Srs. Vereadores, este é um tema - saudamos a presença da Deputada Federal
Manuela d’Ávila - em que se podem estabelecer comparações ideológicas com muita
chance de acerto. Durante 16 anos, a Epatur ficou totalmente fechada, com uma
folha de pagamento sem nenhuma atividade, até que, por fim, com o argumento de
que turismo era coisa de burguês, ela foi transformada numa subseção de uma
Secretaria que funcionava na Prefeitura, junto ao Gabinete do Sr. Prefeito. E
não se fez mais nada a esse respeito numa Cidade que tem latente a sua vocação
para o turismo - disso nós não temos dúvida. Quando o Prefeito Fogaça disse que
ia fazer - e, agora, está fazendo - a Secretaria do Turismo... ele pode
perfeitamente fazer isso - e acho que o Plenário vai aprovar por unanimidade -,
ele vai reparar uma dívida de uma Administração para com a Cidade. Vemos que a
cidade de Porto Alegre não é só no seu feitio que tem a questão turística como
uma das grandes possibilidades de geração de empregos, mas, principalmente,
Porto Alegre é uma cidade que tem uma população, uma miscigenação e um
calendário que cabe perfeitamente à política, não só nas artes, não só no
folclore, não só nas capacidades, não só no seu desenho geográfico e na sua
encantadora beleza como cidade. Mas Porto Alegre tem, acima de tudo, uma fidalguia, uma capacidade de
receber que justifica plenamente todo esse esforço da montagem de uma
Secretaria que vai se autofinanciar, que não vai dar prejuízo, não; ao
contrário, vai gerar renda, vai gerar festa, que vai gerar congraçamento,
integração e essa reciprocidade entre os povos que entendem que turismo não é
uma coisa de burguês, não, turismo é, indiscutivelmente, uma festa entre as
nações, uma festa entre as etnias. Turismo é uma mensagem de paz.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte?
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Ver.
Brasinha, já que V. Exª insiste, vou atendê-lo; a bebida tomada socialmente é
talvez uma das coisas mais disseminadas que existem. Agora, o que nós não
queremos é a matança, o genocídio, essas coisas, Vereador, com as quais V. Exª
concorda. Esse é o problema; o seu Projeto é a favor da matança, o meu não é.
Então, são essas questões que eu acho que vão ser pensadas no momento dessa
votação. E eu tenho certeza absoluta de que nós vamos... se V. Exª quiser fazer
um aparte sobre turismo, concedo, perfeitamente.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: A
cidade de Las Vegas, lá nos Estados Unidos, tem um clima que, às vezes, chega
numa média de 42 graus no mês mais quente, no entanto, é um dos lugares mais
movimentados. Então, a questão do clima na cidade de Porto Alegre não pode ser
alegada, porque, além de um clima benfazejo, muito agradável e muito ameno
durante oito meses. Quanto a essas questões e à cultura do inverno não há por
que não aceitá-las. Existe inclusive uma grande atração para a Cidade no que se
refere ao turismo. Por isso, parece-me que nós vamos votar por unanimidade essa
proposta do Executivo, cujo Prefeito de todos nós terá não só o voto, mas os
parabéns por uma iniciativa tão apropriada, tão necessária e de tanto
resgate para com esta Cidade.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Eu solicito o
adiamento da discussão do PLE nº 015/07 por uma Sessão.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
Requerimento, de autoria da Verª Clênia Maranhão, solicitando o adiamento, por
uma Sessão, da discussão do PLE nº 015/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do
Ver. João Antonio Dib.
Suspendo os trabalhos da presente Sessão, solicitando
às Lideranças que se aproximem da Mesa, para verificarmos a possibilidade de
votação de mais algum Projeto na Ordem do Dia.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h23min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h31min): Estão
reabertos os trabalhos. Visivelmente não há quórum, portanto estão encerrados
os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h32min.)
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